Bastidores
Vencedor da “onda Bolsonarista”, Cabo Bebeto pretende repetir fenômeno de 2018
Deputado sairá do PTC e deve disputar reeleição por outra legenda
A “onda bolsonarista” que em 2018 arrastou para a vitória novos nomes ligados ao então eleito presidente Jair Bolsonaro, trouxe personalidades renovadas também em Alagoas. A mais emblemática delas foi Luiz Alberto Alves Teixeira, na época com 40 anos. Cabo da Polícia Militar, militante fiel do movimento bolsonarista, Cabo Bebeto, como é conhecido, foi eleito com impressionantes 31.573 votos.
No quarto ano de seu mandato, Bebeto tem procurado se manter fiel ao presidente Bolsonaro em Alagoas, mesmo que as pautas locais sejam diferentes das nacionais. Na Assembleia, é o representante leal do bolsonarismo. Sua atuação parlamentar tem sido de crítica feroz ao governador Renan Filho, filho de Renan Calheiros, atualmente maior inimigo político de Bolsonaro.
Bebeto é candidato à reeleição para a assembleia legislativa, e divide opiniões quanto ao seu favoritismo para mais um mandato na Casa de Tavares Bastos. Alguns analistas políticos avaliam que o tempo de Bebeto passou, assim como a onda bolsonarista em Alagoas – o movimento ligado ao presidente não consegue mais encher as avenidas como fazia há algum tempo, e os índices de rejeição a Bolsonaro crescem todos os meses.
Já aliados do deputado dizem que ele está bem estabelecido como uma referência da direita conservadora em Alagoas, e pode até ter mais votos do que obteve em 2018. Para isso, seus defensores lançam mão da estratégia de desacreditar as pesquisas que são feitas no estado.
Há ainda um ponto decisivo na reeleição ou não do deputado: a escolha do partido, que por força da regra eleitoral, não pode mais se coligar a nenhuma outra legenda. Bebeto ainda pretende definir sua sigla baseado em outra regra – seu partido deve ser aliado do presidente e ao mesmo tempo oposição ao governador Renan Filho, o que não tem sido uma equação fácil de resolver.
Perguntado pelo Blog Bastidores, Cabo Bebeto não quis adiantar qual será sua legenda nessas eleições. “Atualmente estou no PTC, mas provavelmente não serei candidato pelo partido. Não defini ainda, tenho que tomar cuidado ao tratar publicamente sobre isso. Não é simples, tem partido aqui que vai ter presidente e que não é o Bolsonaro, mas a chapa é boa, então tudo isso está sendo analisado com muita calma”, avalia.
Com a janela eleitoral que se abre em março, o deputado tem algumas opções na mesa: o PL do presidente, ou o Republicanos, ligado ao deputado Antonio Albuquerque, outro “bolsonarista raiz”. Até mesmo o PP de Arthur Lira, forçando-o a uma flexão para o centrão. Porém, em nenhum deles haverá um palanque 100% Bolsonaro.
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