Exclusividade? Especificidade? Ou bairrismo em estado puro?

O Deputado Estadual Marcos Barbosa publicou em seu Instagram um pronunciamento afirmando que atuou de forma efetiva para que o valor do patrocínio destinado para CRB e CSA, através do Governo de Alagoas, fosse aumentado.

Segundo o parlamentar, que também já foi presidente do CRB, a solicitação foi feita através de ofício enviado em fevereiro para o até então governador Renan Filho. Ainda em sua fala, o deputado exalta os dois clubes e declara que "são os maiores do estado".

Na última segunda-feira (4), a renovação do convênio foi assinada pelo governador interino, Klever Loureiro.

Em 2020, o valor do "auxílio" era de R$ 1,8 milhão. Após o novo contrato, CRB e CSA receberão R$ 2,5 milhões cada (cerca de 200 mil por mês). Um aumento significativo de R$ 700 mil.

Ainda segundo o deputado, em sua fala, o fortalecimento de ambas as equipes para o Brasileirão da Série B é o principal motivo para o aumento.

Além das excelentes estruturas, do poderio financeiro, da capacidade e maior facilidade da captação de recursos, parece que CRB e CSA são como filhos prediletos de uma mãe/pai que deixa transparecer sua demasiada preferência.

Será que ASA e CSE, que também disputarão um campeonato nacional este ano (o Brasileirão da Série D), não merecem o mesmo tratamento de 'benevolência financeira'?

Até o momento, existe uma distinção evidente. Carregadas de razões incompatíveis com o que é muito mais contraditório. Especialmente se partimos para o princípio da isonomia. Sobretudo tratando-se de verba pública.

No entanto, mesmo com todo o paradoxo e as incoerências, é bom deixar claro que na ação feita pelo parlamentar não existe irregularidade ou improbidade. Foi justamente um ato político de quem atuou politicamente.

É uma situação que pode servir de exemplo e gatilho para que outros parlamentares, especialmente os do interior, procurem também uma forma de auxílio para os clubes "segregados" da atual generosidade do governo.

Principalmente os que fazem alguns clubes de futebol de muleta eleitoral. Aparecendo aleatoriamente (ironicamente no mesmo período) para ganhar notoriedade e visibilidade através de mídia. Isto é, não adianta só tirar foto com camisa, fazer vídeos bonitos da torcida etc. Tem que existir efetividade.

Continuo achando ilógico um montante ser destinado para apenas dois clubes? Sim. Mas se eles podem, os outros também podem. Colocando, desse modo, o conceito da igualdade em prática.

Sem exclusividade, especificidade ou bairrismo.