Bastidores
Com decisão do TSE sobre chapas ao senado, Lessa ganha força e pode negociar com outros grupos
Ex-governador já afirmou que dialoga com todos os pré-candidatos

Na última terça-feira (21), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu resposta a uma consulta sobre as eleições, e definiu que as coligações que se formarem para a disputa majoritária podem sim lançar mais de um candidato ao senado. A posição da corte afeta diretamente o grupo do senador Rodrigo Cunha, que tem dois pré-candidatos ao cargo: o deputado Davi Davino Filho (PP) e o vice-prefeito da capital Ronaldo Lessa (PDT).
Por ter sido indicado primeiro para a disputa – e ser ungido pelo deputado federal Arthur Lira – Davino imaginava que esta questão seria naturalmente resolvida, e que Ronaldo abriria mão da disputa, ou seria inviabilizado pela decisão do TSE sobre candidaturas únicas. Com a decisão que não lhe agradou, a saga sobre o senador da chapa segue em aberto.
Lessa não demonstra abertamente, mas está insatisfeito com o tratamento que vem recebendo do grupo do senador Rodrigo Cunha. Em nenhum momento, segundo interlocutores, o PDT foi consultado na formação da chapa ou na divisão dos espaços políticos. E o ex-governador goza, ainda, de boa popularidade entre o eleitorado, principalmente os da capital.
Pela característica do seu eleitor, Lessa seria um bom vice, por exemplo, de Paulo Dantas (MDB), que além de estar sem um postulante a esse cargo, tem a dificuldade natural da capital, por ter sido prefeito e deputado representando o sertão alagoano. Além disso, acumula para si uma rejeição histórica dos Calheiros, que jamais conseguiram vencer uma eleição na capital.
Perguntado sobre o assunto há algumas semanas, em entrevista ao Portal 7 Segundos, Lessa não escondeu que conversa com todos os postulantes – inclusive já havia conversado com Dantas. Desconversou depois, afirmou que havia dialogado apenas sobre as chuvas – o que é claro, não aconteceu.
O ex-governador sabe do poder que tem na mão – o mesmo que lhe alçou ao cargo de vice-prefeito. O dilema agora fica para Rodrigo Cunha e Arthur Lira: dividir o eleitorado para o senado (e favorecer ainda mais a situação de Renan Filho); ou preterir Davi Davino Filho ou Lessa.
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