Em entrevista recente ao jornal O Globo (já que não concede mais entrevistas à imprensa local) o governador Paulo Dantas (MDB) deu uma nova versão sobre seu rompimento, no começo do processo eleitoral, com o deputado federal Arthur Lira (PP). Dantas era o nome de consenso entre Lira e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB).

No bate-papo com o jornalista Bernardo Mello, Paulo Dantas disse que o seu afastamento do campo político de Arthur Lira se deu por sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Todos sabem que Arthur Lira é o braço-direito de Bolsonaro, e meu campo político sempre foi o do presidente Lula. Por essa razão eu me afastei e não admiti fazer essa composição com Bolsonaro, porque entendo que é pior para Alagoas e para o Brasil”, afirmou.

Até então, a versão mais divulgada da separação entre Paulo Dantas e Arthur Lira era a de que Dantas e Marcelo Victor estariam se aproximando do então governador Renan Filho, grupo ao qual Arthur queria distância. Só após romper com Dantas/Victor (e lhes tirar a direção do União Brasil), Lira fechou com Rodrigo Cunha e lhe repassou a legenda.

O governador também falou ligeiramente sobre o inquérito da PF ao qual é investigado e resultou no seu afastamento do cargo. “Acredito que não é competência da Polícia Federal. É uma operação viciada, feita sob encomenda, com deturpação dos fatos para chegar onde chegou. E no caso da alegação de que teria havido interferência da Polícia Civil, o próprio delegado já esclareceu os fatos e inclusive tornou públicas as conversas que teve com a delegada da PF por mensagens”, disse.

Dantas tem evitado a imprensa local e reduzido sua agenda de campanha desde a eclosão da operação Edema, há uma semana. Neste período, duas pesquisas foram divulgadas, pelo Ibrape e Instituto Real Time Big Data, e ambas ainda colocam o emedebista em primeiro na disputa.