Dos quatro emedebistas alagoanos em Brasília, três estarão em postos estratégicos no partido ou no governo federal. As posições deixam claro o grande momento dos Calheiros na política, mesmo saindo de um processo eleitoral com características fratricidas.

Renan Calheiros, com mais quatro anos de senado pela frente, pensa em assumir mais uma vez o comando da Câmara Alta, mas não agora. Em desvantagem com relação a Rodrigo Pacheco, que irá renovar o mandato sem muita dificuldade, restou ao alagoano a missão de representar Lula na casa.

Com a liderança do governo no senado, Renan salta novamente do baixo para o alto clero, ganhando poderes de negociação e barganha junto aos demais senadores.

E Renan Filho? O segundo emedebista será ministro de Lula, nomeado a qualquer momento. Resta saber a pasta, já que a disputa por ministérios é intensa neste momento na capital federal. Mas Lula não abandona um companheiro e reconhece a fidelidade de Renan na eleição.

O terceiro emedebista é Isnaldo Bulhões, prestigiado na Câmara, onde deve ser alçado à condição de líder do MDB na casa - uma espécie de miniatura do poder de Renan no senado, só que defendendo os interesses do partido, aliado do governo.

Bulhões até chegou a constar na lista de ministeriáveis de Lula, mas preferiu deixar a "vaga" de Alagoas para Renan Filho, e dedicar-se às articulações pelo MDB nacional.

Além dos três, Rafael Brito, o quarto emedebista, também pode ter posição de destaque em Brasília. Marinheiro de primeiro mandato, Brito pode assumir vaga de destaque na bancada da educação - e quem sabe, dependendo da composição, até presidir a comissão de educação da Câmara.

Profissionais da política, Calheiros sabem como poucos a arte de se reinventar, e com isso manter-se no poder.