O deputado bolsonarista Cabo Bebeto (PL) afirmou que o vandalismo praticado por militantes e simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro a prédios dos três poderes da República foi obra de “infiltrados”. Bebeto também afirmou que os bolsonaristas de fato estavam durante todo o tempo na porta dos quartéis, apelando para que as Forças Armadas “dessem um jeito” na situação do país.

Cabo Bebeto deu as declarações no programa Na Mira da Notícia Arapiraca, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 18 horas, pela Rádio Gazeta FM 101,1. O noticiário é um produto do Grupo 7 Segundos de Comunicação.

“Os eleitores do Bolsonaro que eu conheço não apoiam aquela depredação, vandalismo nem destruição. Acredito que não foram bolsonaristas. Podem haver bolsonaristas que ‘foram na onda’, mas os atos de vandalismo foram praticados por infiltrados que não são de direita nem são bolsonaristas. Os bolsonaristas de fato estavam na porta do quartel de forma pacífica e ordeira, rezando e orando e apelando para as Forças Armadas darem um jeito”, disse.

Bebeto ainda criticou indiretamente o advogado criminalista Welton Roberto, que afirmou alguns dias antes ser desnecessária e danosa ao erário público a atuação da Defensoria Pública de Alagoas no caso - o deputado procurou a instituição na última sexta-feira (13). “Lamento que algumas pessoas, de forma covarde, questionaram o porquê da Defensoria atuar. Ninguém tá dizendo que ela tem a obrigação, mas a Polícia Militar de Alagoas não foi até Brasília? porque a Defensoria Pública não pode? São 50 policiais militares num custo bem mais alto que um defensor”, afirmou.

Apesar de não querer engrossar as críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, Cabo Bebeto deixou clara sua insatisfação em relação à atuação do magistrado. “Exagerada. Inconstitucional. (pausa longa) Você quer me botar num apertado né? (risos). Não há mais direito no Brasil, esqueça isso. Um deputado federal foi cassado, foi preso (se referindo ao deputado federal Daniel Silveira). Estamos vivendo tempos difíceis e virão tempos piores ainda”, disse.

O deputado afirmou que além da Defensoria Pública, acionou o Governo do Estado, Assembleia Legislativa e OAB para que fosse prestada assistência aos 12 presos alagoanos que estão na capital federal, mas nenhum dos órgãos se posicionou até agora.

“Oficiei a OAB, pedindo que ela encaminhasse a comissão de direitos humanos e procurasse acompanhar esse caso. Oficiei o governo do estado para que enviasse a Secretaria de Direitos Humanos e a Defensoria Pública para assistir os alagoanos, e fiz para a Assembleia Legislativa, da qual sou o presidente da Comissão de Direitos Humanos e sugeri que o presidente me encaminhasse representando a ALE. Nenhum dos três respondeu… é uma pena, mas é assim mesmo”, lamentou.

Apesar de não ser atendido pela Assembleia, o deputado elogiou a atuação do presidente Marcelo Victor, e declarou nele seu voto para a presidência da casa em eleição que ocorre em 1º de fevereiro. “A tendência é o Marcelo Victor se reeleger, não vejo dificuldade quanto a isso. Vou votar nele e não vejo nesse momento outro nome que possa substituí-lo. Marcelo é um cara que procura ouvir todo mundo, sempre equilibrado no plenário”, encerrou.