Mesmo favoritíssimo para recondução à presidência da Câmara dos Deputados em eleição que acontece daqui a 10 dias, o deputado federal Arthur Lira pode não ter força suficiente para fazer o “dever de casa”, e ter votação unânime dos seus pares alagoanos.

Este cenário se mostrou real na manhã desta segunda (23), quando Arthur reuniu em Brasília sete dos nove deputados federais eleitos pelo estado. Estavam na casa do presidente da Câmara na capital federal Daniel Barbosa (PP), Fábio Costa (PP), Marx Beltrão (PP), Paulão (PT), Rafael Brito (MDB) e Isnaldo Bulhões (MDB).

Duas ausências foram sentidas no encontro: Alfredo Gaspar (União) e Luciano Amaral (PV). Embora sentida no almoço, a ausência do ex-procurador geral de Alagoas não será um problema para Lira, já que Gaspar já declarou publicamente seu voto e seu apoio ao alagoano nas eleições para a mesa diretora.

O voto restante para que Arthur feche a conta é o de Amaral. Alçado à condição de deputado federal por conta das questões familiares de Sérgio Toledo, o novato parlamentar tem como guru político o presidente da ALE, deputado Marcelo Victor - e paira sobre Victor e Arthur a mal-resolvida aliança política que lançaria Paulo Dantas ao governo, que acabou abandonada por Lira e abraçada pelos Calheiros.

Ademais, ainda há em Marcelo uma certa desconfiança de que Arthur está por trás da operação da PF às vésperas da eleição, que flagrou o deputado com uma sacola com dinheiro vivo, processo que ainda corre.

Com isso, dificilmente Luciano Amaral depositará seu voto no atual mandatário da câmara, e simbolicamente registre seu “protesto” contra Arthur - o que pode não fazer muita diferença no cômputo final, mas fica registrado.