De passagem por Arapiraca para uma solenidade ao lado do prefeito Luciano Barbosa (MDB), o deputado federal Paulão (PT) concedeu uma entrevista permeada de opiniões sobre o cenário político - não só o de 2024, mas até sobre 2026. O petista afirmou que não estará entre os candidatos em 2024, mas em 26 será candidato a senador, embaralhando ainda mais as cartas do jogo político.

Ao programa Na Mira da Notícia, noticiário do grupo 7 Segundos na Gazeta FM Arapiraca, Paulão citou também a dificuldade do PT em conseguir cargos federais em Alagoas; falou que não será candidato a prefeito de Maceió, mas cobrou do governo do estado que seja dada ao PT a condição, por seu grupo político, de disputar a prefeitura da capital contra o atual prefeito JHC (PL).

O deputado revelou, pela primeira vez publicamente, que será candidato ao senado em 2026 - antecipando para o seu grupo político (principalmente ao MDB) a disputa interna pela vaga. “Sou candidato a senador. Já estou me projetando lá no futuro. São duas vagas, entendo que é o momento. Acredito que Lula será candidato à reeleição. Sempre apoiei todas as candidaturas [do grupo]. Não prejudico ninguém, são duas vagas. Sou candidato a senador e isso já está definido”, afirmou.

Paulão disse ainda que definitivamente não será candidato à prefeitura da capital em 2024, mas deixou no ar o entendimento de que o PT gostaria de ter a unidade do grupo político, especialmente do MDB, para disputar a eleição contra o atual prefeito JHC. “Não vou. Fiz uma reflexão muito profunda. O líder do PV disse que vai marchar com o governador, então teríamos uma dissidência na própria federação”, disse.

“O governo do estado, através do MDB, deveria ter uma visão mais altruísta. Tive 29 mil votos em Maceió, Rafael Brito teve 14 mil. Quando é citada essa discussão [sobre prefeitura] só aparece o MDB. Quando apresentamos o vice de Paulo Dantas em 2022, Dr Tutmés Airan, o governador Renan Filho vetou - não o Tutmés, ele vetou o PT. A eleição do Paulo Dantas passou por dois grandes cabos eleitorais: Renan Filho e Lula. Por tudo isso, deveria ter uma unidade, e eu não serei candidato”, disse.

Paulão confirma ainda a dificuldade atual em nomear aliados ao governo federal. “Se a gente pudesse ter mais espaço, teria, mas a conjuntura tá muito complexa. Em 2002, só um senador e dois deputados federais votaram no Lula. Eu era presidente do PT, tivemos nove espaços. Hoje tem governo do estado, senador Renan, Fernando Farias, Isnaldo Bulhões e Rafael Brito, tem o PV”, disse.

O momento, segundo ele, é de ferrenha disputa interna pelos cargos federais em Alagoas e o PT corre atrás dessas indicações, mas assegurou que o partido não será empecilho para a governabilidade de Lula. “Se começa a discutir o novo bloco, a governabilidade. Tem que ceder. Nomeamos Gilberto no MDA, Hindemburgo nos Correios. Tem conflitos. Agora, como somos governo, nesse momento não podemos criar nenhuma crise que coloque em xeque a governabilidade”, ressaltou.