Um projeto cuja relatoria foi do deputado federal Daniel Barbosa (PP), que já foi aprovado na Câmara e segue para tramitação no Senado, pretende conceder autonomia administrativa e financeira ao Porto de Maceió, criando a nova Companhia Docas de Alagoas.

Até o momento, o Porto é administrado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), embora seja o equipamento alagoano o responsável por mais de 50% do tráfego de toda a companhia, que administra dois portos e um terminal de passageiros.

Na temporada 2023/2024, mais de 20 navios de cruzeiro utilizaram o terminal de passageiros do Porto de Maceió como uma das conexões de suas viagens, representando um fluxo de quase 100 mil passageiros. Em 2024/2025, a expectativa é de que cerca de 30 embarcações.

Com autonomia administrativa, será possível ao Porto buscar estratégias junto ao município de Maceió e ao governo do Estado, que permitam fortalecer o turismo e incrementar o transporte internacional de cargas marítimas.

Politicamente, a autonomia do Porto também agrada, já que permite aos grupos que dominam a política local gerenciar um equipamento forte e com grande capacidade de arrecadação. Atualmente, o órgão está sob o guarda-chuva do deputado Arthur Lira (PP), que fez uma indicação técnica para a sua administração, o advogado Diogo Holanda.

No entanto, com a autonomia, crescem os olhos de outros grupos sobre o órgão, que pode mudar de mãos. O Portal 7Segundos apurou que uma ex-prefeita, que deixou recentemente uma prefeitura do litoral sul, já trabalha nos bastidores pela sua indicação ao cargo - ela também é vinculada ao deputado Arthur Lira.

A ex-gestora em questão é Rosiana Beltrão, ex-prefeita de Feliz Deserto e que já foi administradora do Porto, indicada pela ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014. Consta nos bastidores que Beltrão é amiga pessoal de Lula, o que pode facilitar seu retorno.

Relator do projeto de autonomia e integrante fiel da base do presidente Lula (PT), até mesmo Daniel Barbosa (PP) pode pleitear para si o controle político do órgão, com as bênçãos (ou não) de Arthur Lira.