Professor Abel
Liberdade ou insanidade?
Deputada do Sul do país encabeça a ideia.

Houve um tempo em que vacinar era sinônimo de cuidado, engajamento e demonstração de afeto, hoje virou uma polêmica absolutamente desnecessária de algumas lideranças políticas que usam discursos vazios para gerar mídia e ficar no holoforte, custe o que custar.
As vacinas são obrigatórias no Brasil desde o início do século XX, tempo em que o conceito de esquerda e direita ainda nem estava valendo como hoje, e lá no início a ação de desinformação já andava solta e fazia estragos significativos em nosso país.
Eu cá como professor de história trago aos meus alunos o famigerado caso da revolta da vacina, ocorrida no Rio de Janeiro em meio a uma série de políticas de reformulação da cidade (então capital da nação) e do descontentamento de uma parte da população que era sempre jogada para a margem da sociedade. A recusa e a revolta estavam em um ambiente de descrença na ciência motivado por discursos enviesados de quem queria manipular as massas, sim, mas sobretudo de ira contra projetos políticos elitistas de exclusão dos mais pobres que “piraram” e foram para cima dos agentes públicos que nada fizeram além de recuar e esperar a “bagaceira” que estava por vir. Dito e feito, após o governo da época tirar a obrigatoriedade e a cidade passar por um novo surto de várias doenças, o povo foi voluntariamente aos postos para buscar o elixir da proteção.
O que vemos hoje é algo bem parecido, gente criando narrativas absurdas, sem base científica e com total irresponsabilidade diante do cargo que exerce e muitas vezes confiado a eles pelo voto. O projeto recente de uma deputada do Sul do país visa derrubar a obrigatoriedade da vacinação em crianças, isso mesmo, a DEPUTADA quer que O ESTADO BRASILEIRO PARE DE EXIGIR COMPROVAÇÃO DE VACINAÇÃO para matricular crianças na escola, por exemplo. O projeto parece ser e é INSANO, principalmente diante dos resultados positivos que tivemos historicamente no combate e erradicação de doenças por meio das campanhas que unem informação e compromisso dos pais diante dos filhos. A deputada em questão usa o discurso da liberdade de ação e deseja que essas pessoas só se vacinem quando tiverem idade suficiente para decidir, aberrarão, concorda? Se aplicarmos a visão da deputada a outras áreas, não vamos orientar sobre as roupas, regras ou até mesmo a religião que as crianças vão seguir, pois não têm maturidade para decidir, piada de mal gosto e pura irresponsabilidade, na visão desse que vos escreve.
A deputada quer palco, aqui não terá. Seu nome não será citado e fico cá na torcida para que esse devaneio não encontre eco no parlamento. Nossas crianças já estão por demais desprotegidas para mais esse ataque à sua saúde e integridade. Vacinas dadas na infância salvam crianças de doenças graves e incapacitantes como a poliomielite. Esse discurso patético só gera mais insegurança e pode criar uma geração de adultos com traumas irreversíveis e que poderiam ser evitados com uma simples dose ou agulhada. Que essa ideia desça para o limbo do esquecimento e seja tão relevante para a sociedade como uma peneira para proteger do sol.
Sobre o blog
Thiago Abel, mas podem me chamar apenas de Abel. Professor, e inquieto por natureza. O objetivo do blog é observar o que de fato importa no cotidiano do povo arapiraquense e tudo que influencie em nossas terras.
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