No cenário contemporâneo do empreendedorismo, mais do que apenas abrir negócios ou vender produtos, empreender se tornou sinônimo de propósito. A nova geração de empreendedores carrega consigo não apenas o desejo de crescer financeiramente, mas também a profunda intenção de transformar realidades, gerar impacto e fazer da própria trajetória uma ponte para a mudança na vida de outras pessoas. É nesse contexto que se insere a emocionante e inspiradora história de Laiza Helena um exemplo de como a dor pode ser ressignificada em missão, e o empreendedorismo, usado como ferramenta de cura, acolhimento e empoderamento.

Diagnosticada ainda jovem com endometriose, uma condição ginecológica crônica e altamente dolorosa, Laiza conheceu de perto os desafios físicos, emocionais e sociais enfrentados por milhares de mulheres no Brasil. Entre exames, crises de dor e incertezas, ela encontrou nas redes sociais um canal de expressão e, sobretudo, de transformação. Longe de se calar, Laiza escolheu compartilhar sua história. Em cada relato, uma parte de si, mas também uma fagulha de esperança para outras mulheres que enfrentavam o mesmo percurso silencioso e solitário. Com uma comunicação acolhedora, sensível e profundamente humana, ela começou a desmistificar os tabus sobre a endometriose, levando conhecimento científico acessível, promovendo empatia e criando um espaço seguro de escuta. Seu perfil cresceu, mas cresceu também seu propósito: transformar dor em serviço, angústia em acolhimento, silêncio em voz.

Foi assim que Laiza deu o salto: decidiu se profissionalizar ainda mais. Tornou-se doula certificada e está em formação como fisioterapeuta, apostando na união entre conhecimento técnico, acolhimento emocional e escuta ativa. O trabalho como doula  figura essencial na jornada da gestação, parto e pós-parto  não é apenas uma atuação assistencial. É, antes de tudo, um ato de empreendedorismo humanizado, onde o produto oferecido é o cuidado genuíno, e a clientela são mulheres em processo de profunda transformação. O empreendedorismo de Laiza Helena vai além da formalidade de abrir um negócio. Ele se materializa na escolha diária de ajudar mulheres a compreenderem e respeitarem seus corpos, confiarem nos próprios processos e se sentirem amparadas em uma sociedade que, muitas vezes, silencia a dor feminina. Seu trabalho impacta diretamente vidas, não apenas pelas orientações fisiológicas, mas pelo respeito e pela empatia com que conduz cada acompanhamento.

Laiza demonstra, com sua jornada, que empreender é também um ato de coragem. Coragem de dar o primeiro passo, de se reinventar diante da dor, de criar caminhos onde não há trilhas prontas. Sua atuação é a tradução viva do empreendedorismo com alma: aquele que nasce do desejo genuíno de transformar não apenas a própria vida, mas a de todos que cruzam o seu caminho. Em tempos onde os holofotes muitas vezes recaem sobre números, escalabilidade e lucros rápidos, histórias como a de Laiza Helena devolvem ao empreendedorismo sua essência: transformar ideias em realidade, sonhos em missão, e experiências de dor em potentes ferramentas de cura coletiva. Laiza é o retrato da força empreendedora feminina que se ergue não sobre o capital, mas sobre o cuidado. Uma força que constrói pontes, rompe silêncios e inspira gerações.

Empreender, no fim das contas, é isso: escutar, agir, acolher e acreditar. E Laiza segue, todos os dias, empreendendo afetos, fortalecendo laços e provando que a vida e os negócios  têm muito mais sentido quando guiados pelo coração.

Por 

Willian Nelson