Brasil

Sérgio Moro não é mais honesto do que eu, diz Lula no Recife

Por UOL 23/09/2016 07h07

O ex-presidente Lula voltou a criticar a Operação Lava Jato, na noite desta quinta-feira (22), no Recife, onde participou de uma ato de campanha em favor do candidato do PT à prefeitura, João Paulo.

No discurso, em cima de uma carro de som, na Praça da Independência, no centro da capital pernambucana, Lula disse que estava indignado e que haveria um processo de criminalização do PT, mas que ele estava tranquilo.

“Duvido que dentro do MPF (Ministério Público Federal), da PF (Polícia Federal), haja alguém mais honestidade do que eu. Duvido que o juiz Moro seja mais honesto do que eu”, declarou.

Em uma outra alusão aos procuradores da Lava Jato em Curitiba, Lula fez uma contraposição entre concursados e sua figura.

“Vocês têm concurso, mas não foram escolhidos para serem Deus. Eu posso não ter concurso, mas eu tenho compromisso com o povo deste Brasil. Minha vida não é um livro aberto, já é um livro com as páginas retiradas. Por isto, podem continuar”, como a sugerir não temer o avanço das investigações da força-tarefa.

“Respeito é bom e a gente gosta de dar e receber. Não posso aceitar que cinco meninos do MPF, cinco meninos da PF, façam um show de pirotecnia, em um hotel, com dinheiro público, para depois dizer que não tem provas, só convicções”, afirmou, em outro momento.

No fim da fala, Lula disse ainda que era o presidente mais respeitado que o Brasil já teve e que este seria o seu legado.

O ex-presidente disse ainda que espera que, ao final dos processos da Lava Jato, os procuradores do MPF peçam desculpas. “Depois da devassa (na sua vida), eu só espero que eles aprendam a pedir desculpas”.

“Não estou acima da lei, todos nós estamos subordinados à lei, mas eu quero apenas ser respeitado”, disse.

Lula criticou ainda as delações premiadas. “Não pode chamar delator para acusar os outros”, afirmou.

Na fala, o ex-presidente reclamou ainda que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega tenha sido preso pela PF quando a esposa estava sendo operada em um hospital, em tratamento contra câncer.

“Depois pediram desculpas dizendo que não sabiam, mas eles sabiam. Este País precisa voltar à normalidade, democracia exige um presidente eleito (em alusão a Temer) e instituições que respeitem o cidadão, pessoas de bom sendo e responsabilidade. Hoje, há um conluio da imprensa, parte da PF e MPF. Você não precisa ser julgado, basta ser vítima das manchetes todos os dias”.