As carrancas denotam mau-humor. Uma escultura feita na madeira com um rosto humano ou animal, tendo um aspecto raivoso. Mas isso era justamente um paradoxo do ambiente que leva esse nome em Arapiraca e que está prestes a findar suas atividades.

Talvez seja essa a expressão dos frequentadores do Sr. Carranca Café, alcunha dada em referência a esses artefatos que ficavam na ponta de algumas embarcações do nosso rio São Francisco.

O local, que por ora fica no 1º andar da Casa da Cultura, bairro do Centro, fechará as portas nesta sexta-feira (25), mas promete uma programação a partir das 18h, repleta de atividades culturais e artísticas no local, com discotecagem, rodas abertas de conversa e muita música.

“Agradecemos imensamente pela abertura do espaço à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e, sobretudo, ao público,por ele ter feito o enredo dessa nossa história, que pode continuar em outro ambiente”, diz Yuri Godez, à frente do Carranca.

Lá, haverá o de sempre: um bom café (com ou sem leite), bebidas diversas, tortas de charque, carne e frango, pasteizinhos, batata frita com molhos especiais e o famoso caldinho de tilápia.

Espaço primordial para o convívio cultural e intelectual da cidade de Arapiraca, inaugurado em maio de 2015 na Casa da Cultura, o Carranca participou de movimentações importantes como o Carranca Cineclube, instigando a exibição de filmes nacionais e de fora; Clube do Vinil, com o mestre Paulo do Bar; realização da Expo Handmade; mostras de quadros de Aví Marcelle, Yanna Lílian, Cícero Brito e Breno Airan e de artes gráficas e ilustrações do Estúdio Cumbuca; suporte para o projeto Cardápio Cultural, com Dom na Caixa, Papo de Mestre e Sexta Crazy; bate-papos do projeto literário LeroWhite; intervenções músico-poética da Confraria [A]Literal; e ponto de encontro também de jogadores de RPG.