Arapiraca

Profissionais da imprensa saem em defesa de radialista alvo de censura em Arapiraca

Isve Cavalcante disse que a administração municipal pediu “sua cabeça”

Por 7Segundos 08/07/2018 22h10
Profissionais da imprensa saem em defesa de radialista alvo de censura em Arapiraca
Isve Cavalcante, radialista profissional - Foto: arquivo pessoal

Ainda repercute nas redes sociais e na pausa pro cafezinho, o desabafo do radialista Isve Cavalcante (96 FM) sobre as ameaças sofridas pelo próprio apresentador que tem mais de 40 anos de profissão. Segundo o comunicador, o prefeito de Arapiraca chegou a ‘pedir a sua cabeça’ por conta das matérias e comentários sobre a administração municipal.

Isve Cavalcante é um profissional renomado e tem um programa matinal diário na emissora que pertence a um grupo empresarial muito conhecido e revelou, durante o programa na última quinta-feira (5), que pessoas pediram sua saída da rádio após críticas à gestão tucana.

O áudio com a denúncia do radialista circulou rapidamente nos aplicativos de mensagens e foi matéria em estaque no Portal 7Segundos e outros veículos de comunicação. Após a divulgação do áudio, vários profissionais da imprensa saíram em defesa de Isve Cavalcante e encaminharam seus votos de repúdio por meio do whats app.

Leia alguns:

Davi Salsa, jornalista – “Entendo que a liberdade de expressão é fundamental para a democracia. Além do mais, os jornalistas e radialistas desempenham papel importante para o fortalecimento da cidadania e no desenvolvimento de uma sociedade justa e que respeite os direitos individuais de cada cidadão. Portanto, qualquer tipo de conduta externa que ameace a liberdade de imprensa deve ser repudiado veementemente por todos nós”.

Roberto Gonçalves, jornalista – “A imprensa de Arapiraca vem, na atual gestão, sofrendo perseguição e censura. Esse retrocesso que relembra os tempos da ditadura militar não está limitado apenas ao prefeito Rogério Teófilo. A presidente da Câmara Municipal, professora Graça Lisboa rotulou a imprensa arapiraquense de marrom e disse que estão comendo muito agrotóxico e destilando veneno. Um absurdo”.

Iran Silva, radialista - “Em uma democracia é salutar que exista a liberdade de imprensa. Isso é irrevogável. Qualquer tentativa de calar a imprensa e seus agentes é manobra ditatorial, incompatível com os preceitos democráticos. Se a critica não agradou, se extrapolou valores morais; se de alguma forma denegriu, ofendeu, excedeu a 'liberdade de expressão', aciona-se a justiça! Que também, é um dos pilares da democracia. É assim que deveria funcionar”.

Josenildo Souza, comentarista esportivo – “A nossa Constituição estabelece como princípios básicos o direito do cidadão poder livremente expressar o seu pensamento. Ninguém pode ser privado de emitir sua opinião ou reivindicar os seus direitos, principalmente numa sociedade ainda com tantos problemas como a nossa. Portanto, é fundamental que o comunicador, seja ele radialista ou jornalista, trabalhe com ética e compromisso sempre com a verdade dos fatos, e que seu direito de expressar suas opiniões também seja plenamente respeitado”.

Paulo Marcello Tavares, radialista - “A população tem o direito de saber o que realmente ocorre na cidade. Nós não fabricamos as informações, apenas informamos; é o nosso papel. É curioso quando a gente percebe que hoje o expediente da atual gestão é dar atenção ao que sai ou não na imprensa. O descontentamento é grande, até mesmo de gente do primeiro escalão. Censurar a imprensa não resolve. A solução é trabalhar e com quase dois anos de gestão, tá mais que na hora”.

Censura

No início de Maio deste ano, por ordem que partiu da prefeitura, o programa Na Mira da Notícia foi retirado da grade de programação da Nova FM, após denúncias do empresário Luiz Lôbo sobre um suposto calote de R$ 600 mil envolvendo uma empresa de consultoria e um inquérito aberto no Ministério Público Estadual (MPE) que envolve o prefeito de Arapiraca, além de secretários municipais.

Atualmente o programa vai ao ar na Gazeta FM, de segunda a sexta-feira, a partir das 18 horas.