Mesmo com 4ª alta seguida, gasolina é mais vantajosa que etanol em todos os estados do país
Preço médio subiu 0,16% e atingiu R$ 7,295 o litro, novo recorde; etanol teve queda de 1,7%, de R$ 5,539 para R$ 5,441
A preço médio da gasolina subiu pela quarta semana seguida nos postos do país, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O valor passou de R$ 7,283 para R$ 7,295 o litro, elevação de 0,16% e novo recorde. Já o etanol registrou queda no valor médio de 1,7%, de R$ 5,539 para R$ 5,441, na última semana.
No entanto, o combustível permanece sem competitividade ante a gasolina em todos os estados. Em nenhum deles o valor ficou abaixo de 70% do preço cobrado pela gasolina. A exceção é do Mato Grosso, onde o valor se equiparou a esse limite, o que permite que motorista escolha com qual combustível deseja abastecer.
O cálculo, realizado com base nos preços divulgados pela ANP, considera que abastecer com etanol só vale a pena quando o valor do combustível custa menos do que 70% do preço cobrado pela gasolina.
A análise leva em conta que o veículo abastecido com álcool gasta mais litros para percorrer a mesma distância equivalente ao volume utilizado de gasolina.
Na média dos postos pesquisados no país, o etanol está com paridade de 76% ante a gasolina, portanto menos favorável do que o derivado do petróleo. Em São Paulo, onde geralmente o etanol é mais competitivo do que a gasolina, a falta de competitividade tem paridade de 75%.
O Mato Grosso também registrou o valor médio mais baixo do etanol, de R$ 4,941. Já o Amapá tem paridade de 100%, com o preço médio do álcool mais caro do que o da gasolina, R$ 6,497 e R$ 6,482, respectivamente.
O Piauí lidera o ranking do valor médio mais alto da gasolina, com o litro vendido a R$ 8,136, e o Rio Grande do Sul, com o etanol mais caro, R$ 6,684.
O preço médio do litro do diesel também subiu 0,30% nos postos do país nesta semana, de R$ 6,610 para R$ 6,630, de acordo com o levantamento da ANP.
Impacto na inflação
O preço dos combustíveis tem puxado a escalada da inflação. A gasolina representou o maior impacto do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de abril, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com alta de 7,51% no mês.
O último aumento oficial da Petrobras foi em 11 de março, nas refinarias. Foi o segundo reajuste do ano, desde 12 de janeiro. O litro da gasolina passou de R$ 3,25 para R$ 3,86, alta de 18%, e o do diesel, de R$ 3,61 para R$ 4,51 (25%).
Desde o início da crise provocada pela pandemia, o preço médio da gasolina nos postos de combustíveis já variou 45%. O valor médio cobrado por litro era de R$ 4,550 em fevereiro de 2020. Já no mesmo mês deste ano o preço chegou a R$ 6,600, segundo dados da ANP.
Nesta sexta-feira, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, defendeu a política de preços da empresa e disse que reajustes de preços dos combustíveis devem ser feitos para manter a saúde financeira da companhia. Em meio a alta dos preços, a empresa registrou lucro recorde de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano.