Os motivos que têm levado vários prefeitos a não se reeleger ou mesmo eleger seu sucessor são dos mais variados. O primeiro é quando ele despreza, abandona e não reconhece o trabalho da equipe que lhe deu régua e compasso para que chegasse ao poder. Quando essa equipe é colocada em segundo plano, a coisas começam a se complicar.

Aqueles que deram o seu melhor, resistiram às pressões, as ameaças, as perseguições sendo fiéis a uma causa, a uma ideologia, sofrendo todo o tipo de adversidades, não poderão jamais serem menosprezados.

Quando o prefeito nomeia uma equipe recheada de assessores incompetentes e passa a ser aconselhado por esses, quando em momentos de crises políticas ou administrativas não procura se aconselhar com quem deveria, tudo isso é sinal de que problemas futuros virão.

Passado o momento de euforia pela vitória, o prefeito eleito na maioria das vezes muda seu estilo e mostra sua verdadeira face. No primeiro momento, alia-se aos inimigos políticos presenteando-os com cargos no primeiro e segundo escalão da administração; veste a roupa da vaidade, da arrogância e do egoísmo transformando-se no poderoso chefão.

Uns, cercam-se de assessores - se é que assim podemos denomina-los -, incompetentes, desonestos, verdadeiros parasitas e sanguessugas que na verdade estão preocupados em si locupletar, ter vantagens pessoais para si e seus familiares.

O que torna uma carreira política meteórica, levando determinados políticos ao esquecimento e isolamento é essa prática nada inteligente, idiota e mesquinha de menosprezar os companheiros e correligionários de primeira hora, para delegar determinadas funções e poderes a adversários que em hipótese alguma farão parte de seu grupo político.

O eleitor radicalmente contra votará naquele que o prestigiou no governo passado, com bom salário, mordomias e espaço aos familiares. Esse tipo de eleitor é o que chamamos no marketing político de ‘eleitor cristalizado’, ou seja, aquele que é resistente à mudança porque já tem uma posição definida, ele jamais mudará o voto e, portanto, não votará na reeleição do prefeito nem nos candidatos por este apoiado.

Grande parte da classe política bem como seus desacreditados auxiliares entendem que, assim procedendo irão permanecer no poder por longos anos; ledo engano, até porque esse filme nós já vimos antes em outras administrações.

Necessário se faz que o prefeito oxigene seu grupo político conquistando novos adeptos, entretanto, isso terá que ser feito com muita cautela, inteligência e critério, caso contrário, o tiro poderá sair pela culatra, mas, para isso, é necessário sabedoria e conhecimento político na hora de convocar novos aliados.

Primeiro, o prefeito tem que acomodar uma boa parte de seu grupo político, ou seja, aqueles que foram os fiéis escudeiros nos tempos de ‘vacas magras’, depois, terá que aumentar esse grupo para os futuros embates, haja vista, que, inevitavelmente, o prefeito eleito não mais contará com os 100% dos que votaram nele no pleito passado.

Nunca ouvir a opinião e os conselhos daqueles que agem levados pela emoção e que estão preocupados em garantir seus empregos; depois, é necessário trocar ideias, se aconselhar e ouvir sugestões de pessoas responsáveis, isentas de qualquer suspeita e que, acima de tudo, conheçam as manobras, as artimanhas, os caminhos do jogo político.

Portanto, é preciso conquistar os eleitores que votaram contra por questões de gratidão, de reconhecimento, de favores obtidos na outra gestão, esse tipo de eleitor facilmente poderá ser conquistado e se transformará em aliado do prefeito.

Quando o prefeito prestigia determinado tipo de adversário estará perdendo duas vezes, ou seja, aquele que sempre apoiou, votou, trabalhou, sofreu, jamais votará nele porque não foi prestigiado, e o eleitor contra também não votará por ter sido beneficiado na gestão passada.

Esses – dentre outros fatores - são os principais problemas a serem enfrentados pelos gestores públicos municipais que, caso não sejam administrados com inteligência, eles terão problemas em seus projetos políticos e, assim, acabarão abreviando suas carreiras políticas.