Em seu sexto mandato parlamentar, sendo o terceiro como deputado federal, Paulão (PT) parece ter soltado o freio de mão e está disposto a saltar mais alto no trampolim da política, mesmo que o custo seja o rompimento com figuras importantes do cenário local.

Em entrevista a um podcast do site Cadaminuto, o deputado repetiu o que já tinha afirmado ao programa Na Mira da Notícia, do Grupo 7 Segundos, ainda em 2023: pretende em 2026 ser candidato ao senado.

O que surpreendeu desta vez foi o tom adotado para revelar sua estratégia. Indiretamente, Paulão espera impor uma derrota a nada menos do que o senador Renan Calheiros, um dos líderes locais do Lulismo.

“Veja o senador Renan, que tem sua importância, mas teve somente 23% dos votos no estado [nas eleições de 2018]. Em Maceió, tem 56% de rejeição. Em Arapiraca, igualmente. Em Rio Largo, o prefeito é do Arthur Lira. Em Palmeira dos Índios, o prefeito me apoia. Nos quatro maiores municípios ele tem dificuldade, e eu tenho 40%”, afirmou.

No mesmo sentido, Paulão cria dificuldades para a desistência do PT na eleição majoritária da capital, e para indicar um vice ao candidato de Renan, Rafael Brito. Reservadamente, o deputado tem dito que vai até o final com a candidatura de Ricardo Barbosa.

“Renan pode pedir via Brasília, mas dessa vez não consegue. Rafael tem 4% nas pesquisas, Ricardo larga com 2%, estão tecnicamente empatados”, teria dito o petista a uma pessoa próxima.

Ainda segundo fontes próximas do deputado, os secretários indicados por ele no governo do estado já estão avisados: se o preço para manter a candidatura do PT em Maceió for deixar a gestão de Paulo Dantas, esse será o destino.

Indicados por Paulão, a sigla tem duas pastas no estado: Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Gino César) e Mulher e Direitos Humanos (Maria José da Silva).