Blog do Roberto Ventura

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Uma obra simplesmente fantástica

04/02/2025 09h09 - Atualizado em 04/02/2025 10h10
Uma obra simplesmente fantástica

Li pela terceira vez, um dos mais famosos e importantes livros de todos os tempos - O Príncipe -, no qual tenho me dedicado para fazer minhas análises, comentários, recomendações e comparativos sobre o campo político.

Nicolau Maquiavel, fantástico filósofo, pensador florentino, precursor da ciência política, escreveu uma das maiores obras de que se tem notícia, onde nela, ele ensina ao príncipe a conquistar e a se manter no poder, e faz recomendações sobre a arte de governar. O Principie é um livro no qual serve de inspiração e guia aos grandes e notáveis políticos e, principalmente, para aqueles que desejam conquistar e permanecer no poder.

É importante salientar que, essa obra foi escrita em 1512 e 1513 e publicada em 1532, em um momento em que a Itália estava fragmentada, passava por momentos difíceis, principalmente nos grandes estados, a exemplo de Nápoles, Estados Papais, Florença, Milão e Veneza.

Entretanto, boas lições e aprendizado podemos absorver desse livro, para colocar em prática e nortear a classe política nos dias atuais. Maquiavel apresenta sua visão sobre a política e o governo, a conquista e a manutenção do poder e a relação entre governante e povo.

Considerada uma obra que indica o uso da força, da traição e da dissimulação para conquistar e manter o poder, O Príncipe é um livro dos mais lido e mais citados nos últimos tempos nos cursos de Filosofia, História, Economia, Ciência Política e Relações Internacionais. Ele ensina de como o governante deve se comportar para conservar o poder conquistado. Segundo Maquiavel, é mais difícil para o governante se manter no poder do que conquistá-lo.

Maquiavel faz comparações dizendo que o príncipe deve ser temido, mas não odiado. Quando ele diz que o príncipe deve ser temido, isso significa dizer que o governante deve ser respeitado.

O governante, sempre que necessário, não deve manter a palavra dada, porque se os homens fossem todos bons esse preceito não seria bom, ou seja, se os homens não fossem maus, egoístas, infiéis, ingratos, individualistas, dissimuladores e perversos, seria necessário que o príncipe cumprisse com sua palavra, porém, com eles não são bons e não mantém a sua palavra em relação ao governante, nesse caso, o príncipe não deve cumprir com a palavra dada.

Os homens são dissimuladores, inconstantes, mutáveis, ingratos, muda de opinião com facilidade a todo instante, se esquivam dos perigos, ambiciosos de ganho que, quando são beneficiados, eles passam a ser seus amigos, são fiéis, são todos teus, mas quando não os beneficia, tornam-se teus inimigos.

O fato é que, os homens - os políticos - não colocam em prática aquilo que nos ensinou Maquiavel, lembrando que, essa obra foi escrita há mais de 500 anos e que Maquiavel assim como Platão, Aristóteles e outros, escreveram suas obras com a intenção de levar alguém ou a si mesmo a acreditar, aceitar, ou convencer seus leitores de que suas ideias eram corretas, porém, seus ensinamentos permanecem e servem de guia até os dias atuais.

Os conflitos que surgem em um grupo político devem ser vistos como alicerce ou matéria-prima para corrigir os erros dentro da administração para que a liberdade, o progresso e o entendimento possam prevalecer. O governante deve ter a capacidade para administrar os conflitos dentro do grupo.

Portanto, o governante tem que ser temido, mas nunca odiado, tem que ter energia e pulso firme para governar, usar, quando necessário, a força para tomar decisões que só ele deverá tomar.

Maquiavel entendeu o poder como o principal elemento da política. A atitude política - na visão do pensador -, deve aspirar à conquista e à manutenção do poder.

Um recado aos bajuladores


É preciso que o governante saiba que não há outro meio de se guardar dos bajuladores fazendo com que esses entendam que não o ofendes dizendo a verdade e que o governante aceite essas verdades. “As cortes - disse Maquiavel - estão repletas de bajuladores", os quais ele os chamou de ‘peste’.

Os sábios


Os sábios devem ser escalados e preservados no governo. O governante deve escolher para fazer parte de sua administração, homens sábios, sem vícios e somente a eles deve ser dada a liberdade de falar. Os sábios devem aconselhar o governante caso esse esteja em perigo. O governante deve ouvi-los sempre.

Aos assessores


As pessoas - assessores - precisam entender que não fará mal algum ao governante dizendo-lhe a verdade. Esconde-la, causará um grande desserviço tanto ao governante quanto a própria população.

A escolha dos assessores


A primeira imagem que se faz da inteligência de um governante, resulta na observação dos homens que o cercam, que os acompanham, quando esses que o acompanham são capazes, fiéis e honestos sempre pode considerar o governante sábio, porque soube escolher seus assessores e reconhecê-los competentes e, assim, conserva-los. Mas quando os homens escolhidos não são capazes e fiéis, nesse caso, sempre se pode fazer mal juízo do príncipe, porque primeiro erro cometido reside nessa escolha e a imagem que se faz de um governante que escolhe mau seus assessores, é a pior possível.

Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

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