Dani Calabresa sobre pressão estética: "Já sofri muito"
Humorista analisa a busca pela perfeição e a falta de belezas reais nas redes sociais e TV
Dani Calabresa é uma das personalidades que imprimem uma beleza real, mas conta que também já sofreu muito com a pressão estética. A humorista explica que boa parte de sua vida lidou com a magreza e depois, com a maturidade, com as críticas de internautas para perder uns quilinhos que tinha ganhado.
"Eu já sofri muito com essa pressão estética porque era muito magra na adolescência. Por isso, eu não era a gostosa, não tinha bunda, não tinha peito, não tinha nada... Eu ia para a escola de sutiã só porque queria usar a peça. Não tinha nada. Meu peito demorou muito para crescer, só quando eu tinha 21 anos. Eu chorava, achava que não era gostosa. Me chamavam de magrela. Passou um tempo, engordei. Daí era: 'Nossa, você engordou! Não quer emagrecer'. Parecia que eu tinha aberto uma enquete para os internautas. A gente não pode deixar isso acontecer, tem que se unir, amar o que é real. Buscar a nossa própria versão, mas mantendo o que é saudável", conta.
A artista acha importante quando mulheres com uma visibilidade maior na mídia, como Demi Lovato e Lady Gaga, falam sobre o tema e ressaltam a importância de se amar do jeito que são.
"A cobrança estética é mais um exemplo de como o mundo é injusto com as mulheres. É muito pior para as mulheres do que para os homens. É um bombardeio da mídia. Com as redes sociais, piorou. A gente fica se comparando o tempo todo. Todos têm peles perfeitas, dentes perfeitas... A gente tem que conseguir se amar e é tão difícil quando a gente fica se comparando com essas pessoas. Em primeiro lugar: perfeição não existe. Ela tem esses dente perfeitos porque colocou lentes, a barriga é reta porque já fez uma lipolad... Daí você se compara e pensa que só você é pançuda", explica ela, que sonha com um mundo com mais referências distintas de beleza na TV.
"Eu queria ver mais corpos reais nas novelas, capas de revistas, filmes e outros lugares. Seria mais fácil a gente se amar. Se eu visse desde criança que todo mundo tem barriga, varizes, celulite, ia ser mais fácil me amar. Nada contra quem faz um procedimento para realizar um sonho, mas não faça porque tem que seguir um padrão que colocam na sua cabeça. Se for uma vontade sua, faça, mas não ter que fazer porque é bonita ser magra ou desse jeito. Não existe um jeito só, não tem um catálogo, não existe corpo certo e errado, ou feio e bonito. Somos diferentes. O bonito é ser a gente e ser real, uma mistura dos nossos pais", analisa.
Dani ainda falou que e pudesse dar um conselho para aquela adolescente que um dia já foi, diria para que ela acreditasse mais em si mesma e em seus sonhos: "Eu diria que sonhos se realizam. Eu sonhava com tantas coisas, em poder ir a um show, fazer o que ama, trabalhar na TV, fazer comédia, conhecer pessoas que eu nem imaginava um dia poder encontrar em um trabalho... É muito importante a gente acreditar nos nossos sonhos porque eles se realizam! Às vezes não no tempo que a gente imagina ou da forma que a gente quer, mas eles se realizam. Tem que acreditar. A gente quer tudo para amanhã, mas demora um pouquinho".