Nesta quarta-feira (22) o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Carlos Cerqueira, repassou à imprensa alguns detalhes sobre o andamento das investigações a respeito do desaparecimento de Abinael Ramos Saldanha, no último dia 15. Duas pessoas haviam sido detidas após a polícia conseguir localizar o celular de Abinael. As investigações, segundo Cerqueira, apontam para um possível homicídio relacionado a questões no trabalho do jovem. A família já identificava uma das pessoas investigadas como conhecida de Abinael e no final da tarde uma nova prisão foi informada. O suspeito detido trabalhava há cerca de dois anos na mesma empresa que Abinael. Ele é suspeito de ser o autor material do suposto homicídio.

Ericksen Dowell foi detido ainda na terça-feria (21). Ele era colega de trabalho de Abinael e manteria uma relação próxima com o mesmo. A polícia apurou que Ericksen estava sendo treinado por Abinael para assumir o cargo de supervisor no escritório de certificados digitais em que trabalhavam. Na foto abaixo, uma reprodução de uma rede social do suspeito, o jovem desaparecido e ele aparecem juntos em uma mesa de uma pizzaria, confirmando a relação próxima.

 

 

O delegado responsável dela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), que comanda as investigações, afirmou que não iria antecipar nenhum dado sobre o caso e que não teria acompanhado as informações repassadas pelo delegado-geral.

Apesar de Ronilson Medeiros informar que a investigação só seria exposta a imprensa após a conclusão, na sede da Deic, localizada no bairro da Santa Amélia, foi possível verificar que um veículo estava passando por um procedimento de perícia. Abinael conduzia um veículo Peugeot 206, de cor preta e placa NMD -1618, quando desapareceu após sair da casa da noiva. Durante esta tarde um outro veículo modelo Pegeout, desta vez de cor bege, passava por análise na Deic. O carro seria de propriedade de Ericksen.

O delegado responsável pela Deic, novamente não quis dar detalhes sobre o veículo, a perícia ou a relação com o desaparecimento do jovem.

Outros dois presos

Paulo Cerqueira ressaltou que o repasse do celular de Abinael acabou fortalecendo uma determinada linha de investigação. Segundo a polícia, o celular foi vendido no dia do desaparecimento do jovem e logo após o caso ganhar repercussão a pessoa que realizou a venda foi até o comprador reaver o aparelho. De imediato os investigadores relacionaram o caso a alguém próximo ao jovem e a partir de então o mistério passou a ganhar seus primeiros encaminhamentos para um desfecho.

A Polícia Civil chegou até a localização do celular através de um programa de rastreamento. O aparelho estava na posse de Jalves Ferreira Rocha da Silva, que foi localizado e preso em uma praça, no bairro do Clima Bom, ainda na noite da última segunda-feira (20). A prisão foi mantida em sigilo e divulgada apenas na noite dessa terça-feira. A segunda pessoa detida foi identificada Alfredo Fragoso Sobrinho, 41. Ambos tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias pela 17ª Vara Criminal.

Alfredo já havia sido detido, em 2014, em uma operação realizada pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual (Gecoc). O suspeito integraria uma quadrilha de roubo de veículos em vários estados.