Uma garrucha calibre 22, esse foi o presente que Antônio Severiano, hoje com 77 anos, ganhou do sogro há mais de 20 anos. A arma, há alguns anos quase provocou uma tragédia familiar e agora foi entregue de forma voluntária a campanha de desarmamento realizada pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev). 

Antônio relatou que em um momento de brincadeira, a esposa chegou a apontar a arma para a cabeça de sua filha, pensando que o armamento não funcionava. "Na hora eu gritei e minha esposa disse que não havia munição. Para provar, ela disparou em direção à cama. Para a surpresa de todos, a bala saiu e nos deu um grande susto”, conta ele.

O aposentado aproveitou o ônibus da campanha, que está estacionado ao lado da paróquia Santo Antônio de Pádua, no bairro de Bebedouro, para efetuar a entrega da garrucha e de nove munições.

A entrega de armas é indenizada, variando de acordo com o tipo da arma, os valores são de R$ 150 a R$ 450, mas antes de procurar o posto itinerante é preciso recolher uma guia para transportar a arma. O transporte também deve seguir orientações, a principal sendo estar sem a munição.

O coordenador da campanha da Seprev, José Cláudio Fonseca, conta que a garrucha é uma arma antiga, mas altamente perigosa. “Muita gente ainda guarda arma desse tipo em casa. Por ser pequena, ela desperta curiosidade. Entretanto, se este tipo de bala perfurar uma pessoa, a tendência é ficar alojada na vítima, diferentemente de outras munições que atravessam o corpo. Para retirar os projéteis, por serem muito pequenos, causam muitas complicações”, esclarece.

A unidade móvel da campanha de entrega voluntária de armas fica no bairro de Bebedouro até a próxima sexta-feira (8). Para mais informações: 0800-280-9390.

Confira o depoimento de Antônio Severiano ao entregar a garrucha: