O candidato do PTC à prefeitura de Maceió, Paulo Memória, foi o penúltimo postulante sabatinado pela Rádio Gazeta AM, na manhã desta terça-feira (27). Ele afirmou, nos primeiros minutos iniciais de entrevista, que o que motivou ele a concorrer ao cargo foi “a voz das ruas”. “A minha candidatura surge diante da necessidade de uma renovação política. Sou um candidato independente. Eu nunca me norteei muito em pesquisas. Tenho a impressão de que as pesquisas não necessariamente retratam a realidade”, alfinetou.

Memória disse que já realizou caminhadas em mais de cem bairros da capital e que sentiu a aceitação do público e que, por essa razão, acredita que o eleitor fará a melhor escolha no dia 2 de outubro. “Estou assustado com o que eu estou encontrando. A periferia de Maceió está abandonada pelo poder público”, disparou. A principal proposta do candidato é atuar fortemente na área da Segurança Pública que, segundo ele, merece intervenções urgentes. Ele promete enfrentar a criminalidade e a violência “com uma postura responsável”.

INFRAESTRUTURA 

Para ele, problemas estruturais não devem ser analisados de maneira isolada, visto que fatores sociais e econômicos também influenciam para que se chegue a um denominador-comum. “O Brasil detém índices vergonhosos do ponto de vista da distribuição de renda e, consequentemente, você tem desigualdades sociais enormes”, disse. “O nosso governo busca uma mudança conceitual. Infraestrutura é fundamental para que possamos trazer os investimentos que a sociedade precisa para se desenvolver”, emendou. 

Paulo criticou os indicadores da capital e afirmou, enfaticamente, que os problemas podem ser apaziguados com uma boa gestão. Ele informou que suas principais propostas para a área é a construção de um hospital municipal, assim como o desassoreamento da Lagoa Mundaú. “Quando chove naquela região, as pessoas não saem de casa. Nós precisamos, urgentemente, tomar providências”, exclamou.

O candidato afirmou que não vai prometer construir creches, hospitais ou viadutos porque precisa identificar os principais entraves do município. “A prefeitura passa por um momento de crise, mas a culpa é, também, da gestão. Pretendo fazer uma auditoria independente para que eu tenha uma noção exata de como estão as finanças da capital e, a partir daí, estabelecer prioridades”, informou. 

EDUCAÇÃO

O candidato do PTC disse que, por ser educador, conhece o tema Educação com propriedade. Segundo ele, apesar de ser algo dispendioso do ponto de vista financeiro, implantar escolas em tempo integral é possível. “Nós temos exemplos que reforçam isso. Nos países desenvolvidos, essa modalidade está presente. É o meu grande sonho. Falta vontade política, mas precisamos buscar recursos”. 

Ele afirmou que, apesar da crise financeira do Brasil, pretende adquirir investimentos por meio da diminuição de obras “eleitoreiras”; corte de cargos comissionados e menor investimento em publicidade. Memória disse que também vai estruturar as unidades de ensino públicas porque elas estão “caindo aos pedaços”. 

SEGURANÇA PÚBLICA

Bandeira de campanha do candidato, o tema Segurança Pública foi abordado com “entusiasmo” por Paulo Memória. Uma das discussões mais urgentes, se eleito prefeito, será a situação da Guarda Municipal de Maceió que, de acordo com ele, “não está nas ruas”. 

“Pretendo requalificar a guarda, além de treinar e ampliar a categoria. A Segurança Pública é fundamental. O município se ausenta de forma covarde e não encara os problemas de frente. As pessoas de Maceió saem de suas casas e não sabem se vão voltar”, denunciou ele, ao se comprometer que vai oferecer melhores condições de trabalho para policiais. Dentre as principais propostas para a área destacam-se: videomonitoramento e segurança com GPS. 

SAÚDE

A área da Saúde foi marcada por poucas propostas e por um discurso mais conservador por parte do candidato. O político disse defender uma saúde “preventiva”, que cuida das pessoas e não da doença. “O cidadão maceioense precisa ser tratado com dignidade. Vamos resgatar as unidades básicas que já existem”, resumiu. Para ele, aliar educação e saúde pode ser uma saída por meio de convênios com faculdades de Medicina, oferecendo estágios aos estudantes nas unidades médicas municipais. 

MOBILIDADE URBANA

A mobilidade urbana pode ser mais bem desenvolvida com o replanejamento urbanístico da cidade, visando oferecer melhores condições de acessibilidade às pessoas com deficiência. Durante a entrevista com o radialista Rogério Costa, Memória disse que vai dar uma “atenção especial” a todos os deficientes que possuem dificuldades de locomoção. 

“Quero estudar a cidade juntamente com especialistas da área. Pretendo criar um Conselho de Gestão Participativa para isso. A palavra final será sempre da população, afinal de contas, eles é que são os verdadeiros donos do dinheiro. O prefeito não vai ser super-homem”, expôs. Ele também se comprometeu em construir creches especializadas no atendimento de portadores de deficiência física e mental. 

MEIO AMBIENTE

Sobre o tema Meio Ambiente, o candidato do PTC afirmou que vai priorizar, se eleito prefeito, a gestão correta dos resíduos sólidos porque esta é uma tendência no mundo inteiro. A construção de um mercado municipal de reciclagem é a principal proposta do candidato na área ambiental. “É uma tendência no mundo inteiro. Sou um defensor do ‘auto-emprego’. Queremos estimular o micro negócio e também vamos trabalhar com cooperativas, incentivando essas pessoas”. 

Uma das principais reclamações dos turistas que visitam Maceió são as línguas sujas – problemas persistentes nas praias mais visitadas da capital. Sobre o assunto, Memória falou que este é um problema crônico e que precisa, antes de tudo, “pensar o saneamento e a limpeza como um todo, de uma forma holística”. “O Turismo é a principal indústria de Maceió e gera milhares de empregos. Temos um poço gastronômico avançado. Precisamos fortalecer isso. Quero criar um Fórum Metropolitano para debater os principais problemas ambientais”, revelou. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Paulo Memória, nos minutos finais da sabatina, afirmou que, se for eleito prefeito de Maceió, vai gerir a capital de maneira ética e responsável e que, sobretudo, pretende se concentrar na aprovação de um projeto voltado para a população e os interesses públicos. “Quero pedir ao eleitor que preste atenção. Quem não fez em 200 anos, não vai fazer nos próximos quatro anos. Vamos repensar a forma como a gente faz a nossa cidadania”. 

“Encontramos uma insatisfação generalizada das pessoas. As gestões passaram e nada fizeram. Na minha matemática, esses quatro anos serão fundamentais para tornar a cidade mais segura”, concluiu.