Caso Reyneri: mãe afirma que pecuarista alertou sobre quem o mataria

?A 9ª Vara Criminal de Maceió conduz durante esta quinta-feira (15) o julgamento dos quatro acusados de matar o agropecuarista Alberto Reyneri Pimentel Canales Ybarra. A mãe da vítima foi ouvida na sessão e afirmou que o filho a alertou de que o réu Arnaldo Cavalcante Lima o mataria.
“Meu filho me disse que se alguém matasse ele, seria o senhor 'Arnaldo do Detran'. Houve uma briga e um ano depois ele mandou matar meu filho. Ele disse a várias pessoas que ia matar o meu filho. Ninguém quis ser testemunha porque ele é uma pessoa perigosa”, afirmou Helenilda Veloso Pimentel Canales, mãe de Reyneri.
No depoimento, ela disse ainda que nos dias após o crime ficou em estado de choque e não lembrou de imediato do aviso do filho. Sobre a briga, Helenilda contou que Reinery se irritou porque Arnaldo estaria “falando mal” do prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro, de quem seu filho seria amigo. “[Arnaldo] deu o primeiro murro e depois meu filho deu um murro nele”, disse.
Arnaldo Cavalcante é acusado pelo Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) de ser o mandante do crime. Os réus Paulo Roberto Xavier de Araújo, Rogério Ferreira Dos Santos e Eli Oliveira de Almeida seriam os executores, de acordo com a acusação.
'O mais fraco'
O advogado Raimundo Palmeira atua em favor do acusado de ser mandante. Ele afirma que não há “absolutamente nada” contra seu cliente no processo, e que haveria outros suspeitos do crime, no entanto a Polícia teria investigado apenas Arnaldo.
“Se acusa o ex-vereador Arnaldo por um atrito tido com a vítima, um pequeno atrito: Reyneri teria desferido, numa festa, um soco no Arnaldo, que sequer teria pegado em cheio, teria batido no ombro”, afirmou Palmeira.
“No começo da criminologia, se dizia que entre dois suspeitos de um crime, condene-se sempre o mais feio. Hoje, parece que mudou, entre dois suspeitos de um crime, se vai buscar sempre o mais pobre. Arnaldo é o mais fraco economicamente”, argumentou ainda o advogado.
Julgamento pode terminar amanhã
O processo tem 31 testemunhas e seis declarantes. Apenas a mãe da vítima e duas testemunhas de defesa foram ouvidas durante a sessão do júri. A expectativa do juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara, é concluir o julgamento nesta quinta-feira à noite, ou só amanhã. Os quatro réus serão interrogados e os debates entre acusação e defesa podem durar até nove horas.
Atuam no júri o promotor do MPE Carlos Davi Lopes; os advogados assistentes de acusação Bruno Vasconcelos Barros e Thiago Pinheiro; o advogado Joanísio Pita de Omena Júnior (representando os réus Paulo Roberto e Ely Oliveira); os advogados Fernando Maciel e Thiago Henrique Marques Luz (réu Rogério Ferreira); e a advogada Lívia Maria Souza Brandão (réu Arnaldo Cavalcante Lima).
Crime ocorreu em Palmeira
O assassinato aconteceu na noite de 16 de agosto de 2012, na Fazenda Acapulco, propriedade da vítima, em Palmeira dos Índios. De acordo com a acusação, os três executores entraram encapuzados no local e efetuaram disparos com arma de fogo.
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