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Delegada diz que confissão não define investigação de morte de pastor

Filhos assumiram autoria do crime, mas motivação não está esclarecida

Por Agência Brasil 21/06/2019 17h05
Delegada diz que confissão não define investigação de morte de pastor
Flordelis e Anderson estavam juntos desde 1991 - Foto: Reprodução/ Instagram

A titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, Barbara Lomba, disse hoje (21) que a confissão dos filhos do pastor Anderson do Carmo Souza, assassinado no último domingo (16), não é uma prova definitiva para a investigação. A motivação do crime, por exemplo, ainda não está definida, e as informações obtidas em depoimentos precisam ser confirmadas com laudos periciais e outras provas materiais. 

Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos Souza tiveram prisão decretada ontem (20) pela Justiça do Rio. Segundo a delegada, Flávio confessou ter atirado no pastor, que é marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis (PSD), que estaria no terceiro andar da casa e não teria presenciado o crime. Lucas teria ajudado a obter a arma.

"Ele [Flávio] assumiu ter atirado, mas a confissão não vai definir [o resultado da investigação], e há ainda que se esclarecer como foi essa execução. A narrativa não define. A motivação, por exemplo, não está definida", disse a delegada, em uma entrevista coletiva à imprensa na porta da delegacia. "Temos muito trabalho a fazer ainda".

Barbara evitou revelar mais detalhes dos depoimentos já colhidos e disse que mais pessoas serão ouvidas. A delegada ponderou que é preciso entender ainda o envolvimento afetivo e os interesses por trás do crime. "Relatos, sobretudo de pessoas que estão ali envolvidas afetivamente e que nós ainda não esclarecemos interesses que podem estar envolvidos, não vão definir investigação".

Celular desaparecido

O inquérito já permitiu concluir que o pastor chegou em casa, foi ao closet trocar de roupa e voltou ao carro, quando foi atingido por tiros. Foram encontrados nove estojos de munição de pistola 9 mm na garagem e uma arma de mesmo tipo, que ainda precisa ser confirmada pela perícia como a arma do crime. O celular da vítima desapareceu após o crime, assim como o telefone do filho que confessou ter atirado no pastor. 

"O celular da vítima não foi encontrado até hoje. No primeiro minuto, uma das primeiras medidas foi tentar reaver esse celular. Lá, haveria informações importantíssimas".

A polícia ainda não confirmou quantos tiros atingiram o pastor. Foram encontradas 30 perfurações em seu corpo, mas a perícia ainda precisa confirmar quantas são de entrada e quantas são de saída dos projéteis. "Não podemos afirmar que houve nove tiros".

A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e encontrou um pequeno incêndio em que papéis estavam sendo queimados. Segundo a delegada, a perícia trabalha para recuperar informações que foram destruídas.