Alfredo Gaspar faz duro pronunciamento contra o crime organizado e propõe PL para endurecer tempo de cadeira para assassinos de membros das forças de segurança
Parlamentar alagoano lembrou dos 20 anos da morte do juiz Machado, primeiro agente público, vítima do PCC no Brasil

O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) voltou à tribuna da Câmara dos Deputados para reafirmar sua postura de combate e punição rigorosa do crime organizado. Em um discurso duro, o parlamentar relembrou os 20 anos do assassinato do juiz-corregedor Antônio José Machado Dias, vítima do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O deputado aproveitou a data para apresentar um Projeto de Lei que pede o aumento do tempo de encarceramento para assassinos de agentes públicos no exercício da função ou em decorrência dela. O PL estabelece o cumprimento de 80% da pena para que possa haver qualquer progressão de regime nesses casos. O projeto ainda prevê a aplicação do mesmo rigor para o assassinato de cônjuges, companheiros ou parentes consanguíneos até terceiro grau de agentes públicos, desde que a relação seja a motivação do crime.
“Em nome da memória do juiz Machado, em nome da memória de vários servidores públicos assassinados por essa facção criminosa, apresentei um Projeto de Lei para que bandidos que atentarem contra autoridade e membros da Segurança Pública tenham que cumprir pelo menos 80% do regime de prisão para ganhar progressão. Chega de facção criminosa, chega de impunidade, chega de tibiez. Está na hora do Brasil enfrentar o crime organizado de forma altiva, tombando quantos bandidos forem necessários, mas trazendo paz ao povo brasileiro”, afirmou Alfredo Gaspar.
Ainda em seu discurso, o parlamentar lembrou que, assim como a morte do juiz, faz 20 anos que o PCC saiu de uma localidade do Oeste Paulista para dominar o território brasileiro. “Perseverou no crime, ceifando a vida de centenas de agentes públicos, desgraçando a Segurança Pública do país e exportando sua maldade para vários países do mundo. E é uma das empresas mais lucrativas do Brasil. E olha que coincidência: 20 anos depois da morte deste bravo juiz, essa mesma facção criminosa, lotada de vagabundos, inferniza o Rio Grande do Norte, numa madrugada de terror. Isso é falência do Estado brasileiro na Segurança Pública, no enfrentamento desses vagabundos”, colocou.
Alfredo Gaspar voltou a defender que líderes dessas facções criminosas deveriam ser exportados para presídios fora do Brasil: “Se a bala não resolver, porque a Constituição não permite, que permitisse pelo menos que esses líderes criminosos fossem exportados para as prisões americanas. O Brasil não pode permanecer nessa mácula, que transforma a Segurança Pública em uma verdadeira tragédia”.
Morte do juiz
Na noite de 14 de março de 2003, o magistrado Antônio José Machado Dias foi morto logo após sair do Fórum de Presidente Prudente, em São Paulo. Ele dispensou a escolta policial e estava a caminho de casa quando sofreu uma emboscada. Machadinho, como era conhecido, levou 3 tiros e morreu aos 47 anos.
Esse foi o primeiro ataque direto executado pelo crime organizado contra uma autoridade do Poder Judiciário no Brasil. Após investigação policial, cinco membros do PCC foram condenados pelo caso.
Confira o vídeo do discurso: https://www.instagram.com/reel...
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