Palestra discute Projeto Escuta Protegida, realizado em parceria entre a Cria e a SSP
Objetivo é capacitar profissionais da saúde e da segurança a ouvir crianças vítimas de violência

Os casos de violência envolvendo crianças e adolescentes exigem um cuidado especial na hora de colher os depoimentos. Nesse sentido, as secretarias de Estado da Primeira Infância (Cria) e da Segurança Pública (SSP) uniram forças, desde o ano passado, e criaram o Projeto Escuta Protegida.
O projeto consiste em capacitar os profissionais da rede pública de saúde (materno infantil e demais agentes da segurança pública) sobre a adoção de procedimentos especializados, incluindo o acolhimento e cuidado a crianças e adolescentes em situação de violência, garantindo por meio de uma escuta especializada que recebam os encaminhamentos necessários.
Segundo a delegada Bárbara Arraes, que realizou nesta sexta (15), no Palácio República dos Palmares, uma palestra sobre o tema. Segundo ela, a Lei 13.431 determina as formas em que a criança deve ser ouvida, ou seja, por escuta especializada, que é feita por qualquer pessoa da rede de proteção, ou por depoimento especial, que é pela Polícia Civil ou pelo Poder Judiciário.
Conforme a delegada, a escuta especializada deve fluir com uma conversa ativa e atenta, acolher e proteger. Além disso, deve ser realizada pelas instituições da Rede de Proteção e Promoção das Crianças e dos Adolescentes e é sem caráter investigativo. Os ambientes devem ser amigáveis e protetivos, e a revelação por parte da vítima deve ser espontânea. Posteriormente, a criança deve ser chamada a confirmar no procedimento de depoimento especial.
Já o depoimento especial trata-se de oitiva de responsabilidade exclusiva da polícia e da justiça. Há produção antecipada de provas e tem caráter investigativo. Deve ser realizado uma única vez, e deve ser gravado em meios audiovisuais. É importante saber que a revelação espontânea pode acontecer durante este primeiro atendimento e a criança deve ser acolhida.
“Muitas vezes, até por desconhecimento, a pessoa acabava por revitimizar a criança, induzir respostas, plantar memórias. Então, a gente vem explicando nas capacitações a melhor forma de ouvir a criança”, explicou a delegada. Bárbara destacou ainda que, durante o atendimento, a pessoa que estiver fazendo a escuta especializada deve evitar fazer perguntas sugestivas, indutivas ou intimidatórias. A orientação é evitar demonstrar a opinião pessoal sobre o fato e deve evitar fazer a criança repetir o que já disse a outros agentes da rede de proteção.
Rede pública hospitalar
Em 2023, o Escuta Protegida capacitou 322 profissionais. O projeto percorreu toda a rede pública hospitalar da capital e a Delegacia-geral com os seguintes quantitativos de profissionais capacitados: Delegacia-geral (96); Hospital da Mulher (35); Hospital Geral do Estado (20); Hospital da Criança (35); Central de Flagrantes (72); Maternidade Nossa Senhora da Guia (37) e Maternidade Santa Mônica (27).
A gerente de Assistência do Cria, Gabrielle Vieira, disse que a capacitação será para profissionais de saúde, assistência, educação e segurança. “Isso é fundamental para proporcionar um acolhimento sensível e eficaz às crianças e adolescentes em situação de vítima ou testemunha de violência por meio da escuta protegida”, disse.
Últimas notícias

Unidade Trapiche do Hemoal Maceió funciona em horário reduzido neste sábado (15)

Juizados da Mulher da Capital e de Arapiraca analisam 256 processos de violência doméstica

Motociclista fica gravemente ferido após colidir contra poste na Mangabeiras

Unidade do Hemocentro de Arapiraca tem nova gerente

Mãe denuncia negligência médica após perder bebê em hospital de Maceió

Delmiro Gouveia recebe projeto “Pianusco - Som das Águas” neste sábado
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
