Saúde

[Vídeo] Avó denuncia decisão que impede neta de receber remédio mais caro do mundo

Lucena Melo havia comemorado há pouco tempo a vitória na justiça que garantia o recebimento da medicação de altíssimo custo

Por Wanessa Santos 10/04/2024 14h02 - Atualizado em 10/04/2024 20h08
[Vídeo] Avó denuncia decisão que impede neta de receber remédio mais caro do mundo
Avó da pequena Maria Helena usou as redes sociais para expôr indignação diante da nova decisão da justiça - Foto: Divulgação/Redes Sociais

No início da tarde desta quarta-feira (10), circulou um vídeo nas redes sociais, da avó da pequena Maria Helena, de apenas 1 ano, portadora de Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 2. Nas imagens, Lucena Melo denuncia a decisão de um desembargador, que acatou um pedido da União para se abster do custeio da medicação Zolgensma, utilizada no tratamento da AME, e que custa, em média, R$ 7,6 milhões.

A avó da criança, que já havia comemorado a vitória na justiça em suas redes sociais há pouco tempo, conta que num primeiro momento, a União havia imposto condicionantes para pagar o valor da medicação — que seria custear apenas o remédio, e que, diante disso, o Estado de Alagoas teria se comprometido a fornecer todo o suporte médico necessário para a realização do tratamento da criança.

Entretanto, o Governo Federal recorreu da decisão, e, segundo informações de Lucena, um desembargador do estado de Pernambuco acatou o pedido da União, derrubando a decisão favorável à pequena Maria Helena.

A redação do 7Segundos entrou em contato com advogado que está atuando no caso, o Dr Natan Moreira, e, segundo ele, o desembargador que deu a decisão, é o presidente da quarta turma do Tribunal Regional Federal da Quinta Região, Vladimir de Souza Carvalho.

Moreira explica que o desembargador proferiu essa decisão sem ouvir a defesa da criança, e que usou o argumento de que não havia provas suficientes da eficiência do medicamento Zolgensma, suspendendo, de imediato, a decisão anterior, do juiz federal de Maceió. Entretanto, o advogado cita que a eficácia do medicamento foi amplamente discutida nos autos do processo, demonstrando que a medicação tem eficácia, que não existe outra similar e que o Zolgensma é o único que estaciona efetivamente os efeitos da doença, enquanto que os demais são todos paliativos.

É importante frisar, ainda, que a criança encontra-se no momento oportuno para receber o medicamento, devido a sua idade. E que essa a decisão do desembargador Vladimir de Souza Carvalho ocorreu faltando apenas 7 dias para a infusão do medicamento, que seria realizado no dia 17 de abril.

A AME é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.

Ou seja, o remédio que a família da pequena Maria Helena está buscando junto à Justiça, é essencial para a sua vida.

O advogado responsável pelo caso informou que irá apresentar a defesa nos próximos dias e solicitar que seja reconsiderada a decisão do desembargador. Caso isso seja negado, o que, segundo ele, é muito provável que aconteça, o desembargador deverá enviar a decisão para o julgamento de um órgão colegiado, que é um grupo composto por três desembargadores. Eles deverão decidir sobre o fornecimento ou não do remédio para a criança. O órgão colegiado têm o prazo de um mês para julgar.

Confira o vídeo: