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Alagoas é cenário de filme que contará a história da sanfona de oito baixos

Gravações do filme terão início esta semana em Maceió e em Arapiraca, berço da cultura no estado

Por Assessoria 12/11/2024 10h10
Alagoas é cenário de filme que contará a história da sanfona de oito baixos
Alagoas é cenário de filme que contará a história da sanfona de oito baixos - Foto: Assessoria

A história da sanfona de oito baixos em Alagoas será contada em um longa metragem que começa a ser filmado em Maceió esta semana. O filme vai homenagear a sanfona de oito baixos e os principais instrumentistas do estado, contando a trajetória de sucesso iniciada com Gerson Filho até Hermeto Pascoal. O enredo também homenageará a cidade de Arapiraca, considerada o berço da sanfona dos oito baixos no estado.

De acordo com um dos diretores, José Bial, o filme tem a proposta de mostrar a história dos principais nomes responsáveis pela difusão dos oito baixos no estado e mostrar músicos que mantiveram a tradição viva e lutam contra a extinção de uma tradição alagoana, que é importante para a construção do forró no estado.

“Iremos homenagear o forró de Alagoas, contando a história desde Gerson Filho até Hermeto Pascoal. Também vamos mostrar os atuais tocadores, que serão personagens do filme. Teremos registros do Joelson dos Oito Baixos, Vavá dos Oito Baixos, Negão dos Oito Baixos, Teimosinho dos Oito Baixos, do Robertinho, que é filho de Gerson Filho, e o Luís Calixto, que é filho de José Calixto. Vamos fazer um grande tributo, mostrando a importância desse instrumento e sua simplicidade, que é algo bonito e uma tradição que precisa sobreviver e continuar existindo”, explicou o cineasta.Segundo Paulo Poeta, da Kalunga Filmes - uma das produtoras do longa, a obra cinematográfica possui extrema relevância para a cultura alagoana, pois documenta uma arte que luta para se manter viva e possui poucos representantes em Alagoas que ainda tocam a sanfona dos oito baixos.

“A ideia do filme surgiu da observação das produtoras Marola Produções e Kalunga Filmes como forma de salvaguardar o que ainda existe dos tocadores de oito baixo em Alagoas. Com todos deixando de existir, o instrumento deixa de ser conhecido. Nosso estado foi berço do instrumento, principalmente na feira de Arapiraca, que reunia diversos músicos. O Hermeto Pascoal surgiu nessa feira tocando oito baixos. Então queremos recuperar a história dessa arte e deixar registrado uma cultura que luta para não ser extinta”, disse.

Longa reunirá entrevistas e show histórico em Arapiraca

Imortalizar a história e o legado da sanfona dos oito baixos em uma película de cinema por si já carrega sua relevância dentro do cinema nacional. Para além disso, o filme trará relatos extremamente importantes sobre a cultura do forró em Alagoas, mostrando personagens que lutam para manter a memória cultural viva e que irão ser reunidos em uma apresentação histórica onde tudo começou: na feira de Arapiraca.

Segundo José Bial, a gravação poderá ser acompanhada pela população da cidade e será feita em um espaço carregado de simbolismo e importância para a cultura dos oito baixos no estado.

“Iremos gravar no próximo dia 1º de dezembro este grande tributo aos personagens do filme e será a primeira vez que eles tocarão juntos. Também vamos aproveitar para captar cenas da feira e da cidade, que é parte importante do enredo”, afirmou.

Filme reúne grandes nomes do cinema alagoano e nacional

Além dos personagens de peso e da importância da sanfona de oito baixos, o filme reunirá um grande time que estará por trás das câmeras trabalhando para levar a cultura alagoana cada vez mais longe.

A começar pela direção do filme, que conta com José Bial. Ele é filho do jornalista Pedro Bial e neto de um dos grandes cineastas do país, o alagoano Cacá Diegues e de Nara Leão, um dos ícones da Bossa Nova brasileira.

A co-direção cinematográfica é assinada pelo ator e mestre em cultura popular, o alagoano Chico de Assis.

Também compõem o time o cineasta Mário Ramires, da Marola Produções, o ator Paulo Poeta, da Kalunga Filmes, além da fotografia assinada por Henrique Oliveira, da Panan Filmes.

O filme possui patrocínio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo, do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Cultura, e da Prefeitura de Arapiraca.