Justiça coleta DNA de idoso de 100 anos para confirmar paternidade em Piaçabuçu
Exame foi realizado na casa do homem, em ação que mobilizou Judiciário e Secretaria de Saúde para garantir acesso à Justiça
O Fórum da Comarca de Piaçabuçu, no interior de Alagoas, foi palco de um caso inusitado e comovente no dia 4 de setembro. Uma ação de investigação de paternidade em que o autor, Manuel Messias, de 71 anos, busca o reconhecimento de seu suposto pai, Otaviano Soares, que tem 100 anos de idade.
“A gente chega num posto, chega num canto, e não tem o nome do pai”, relatou Manuel Messias, expressando a motivação para ingressar com a ação.
Diante das limitações de locomoção do idoso requerido, o juiz Rogério Alencar, titular da Comarca, decidiu adaptar o procedimento. A audiência de conciliação e a coleta do material genético foram realizadas na residência do senhor Otaviano, no povoado Sudene, em Piaçabuçu.
A iniciativa contou com o apoio de uma oficiala de justiça e da Secretaria Municipal de Saúde, que disponibilizou um técnico de enfermagem para auxiliar na coleta.
“A audiência de conciliação para a colheita do material genético não poderia ser feita conforme se faz tradicionalmente no fórum. Então, visando oferecer a prestação jurisdicional de forma mais ágil e efetiva para as partes, nós nos deslocamos até a residência”, explicou o magistrado.
A conciliadora Jéssica Ferreira também destacou a importância da medida. “Foi muito importante levar a justiça a essas pessoas mais distantes. É muito mais fácil, para nós, nos conduzirmos até lá, do que eles fazerem esse trajeto”.
Embora o resultado do exame ainda esteja em análise, a família já reconhece informalmente o vínculo de paternidade. “Só questão de formalização, porque todo mundo já convive junto, sabe realmente que ele é o pai. Agora, por conta de documentos, é que ele puxou para essa questão de fazer o DNA”, afirmou Ana Maria dos Santos, neta do senhor Otaviano.
O juiz Rogério Alencar ressaltou que a medida está em conformidade com a Resolução nº 425/2021 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que visa ampliar o acesso à justiça e promover uma prestação jurisdicional mais inclusiva.
“A intenção do Judiciário é estar cada vez mais próximo da sociedade. Numa situação dessa, diante dessas pessoas que buscam a informação a respeito da sua ancestralidade, é um direito fundamental relacionado à dignidade da pessoa humana”, disse Alencar.
Ansioso, o senhor Manuel Messias aguarda o desfecho do processo. “Tô ansioso por esse momento, de botar o nome dele no meu registro.”
Últimas notícias
Secretaria do Trabalho divulga 3.643 vagas de emprego esta semana no Sine Alagoas
Em várias capitais, manifestantes vão às ruas contra PL da Dosimetria
Arapiraquense tem órgãos doados após morte por AVC e salva cinco vidas
Imagens mostram chegada de Policial Militar que matou enfermeiro em motel de Arapiraca
Zambelli renuncia mandato e Hugo Motta convoca suplente
Furto de cabos elétricos afeta abastecimento de água em Palmeira dos Índios e Quebrangulo
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
