A Universidade Federal de Alagos (Ufal) completa 64 anos de fundação neste sábado (25). Mais do que um marco de sua trajetória, a data é celebrada em meio a um momento de esperança para a educação pública superior do estado: o projeto de emancipação do Campus Arapiraca, que tende a se transformar na Universidade Federal do Agreste e Sertão de Alagoas (Ufasal).
A proposta, liderada em Brasília pelo deputado federal Daniel Barbosa (PP), em parceria com o reitor Josealdo Tonholo, tem mobilizado docentes, técnicos, estudantes e a comunidade acadêmica local. Com estrutura já consolidada, o Campus Arapiraca conta com 23 cursos de graduação e três programas de mestrado, sendo um importante polo de formação e desenvolvimento regional.
REFERÊNCIA NACIONAL INSPIRA O PROJETO
O projeto segue os passos da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), sediada em Garanhuns, que em 2018 foi desmembrada da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Na ocasião, a criação da Ufape representou um investimento inicial de R$ 121 milhões, consolidando a autonomia administrativa e financeira da nova instituição.
A proposta para o Campus Arapiraca visa resultados similares: transferir automaticamente cursos, estudantes e cargos de servidores, garantindo uma gestão autônoma e acesso direto a recursos federais. "Criar a Universidade Federal do Agreste de Sertão de Alagoas é um dos meus principais compromissos de trabalho", destacou o deputado Daniel Barbosa, natural de Arapiraca, em recente declaração nas redes sociais.
ARTICULAÇÕES AVANÇAM EM BRASÍLIA
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A pauta da emancipação ganhou força com uma audiência no Ministério da Educação (MEC). O encontro contou com a presença do deputado Daniel Barbosa, do reitor Josealdo Tonholo, da vice-reitora Eliane Cavalcante e de uma equipe técnica da Ufal. Eles se reuniram com a diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação Superior, Tânia Mara, e a secretária de Educação Superior, Denise Pires Carvalho.
Ficou acordada a criação de um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade do projeto. A comissão, formada por técnicos da Ufal e do MEC, será responsável por detalhar os estudos que embasarão a transformação da estrutura do campus. -
Além disso, o deputado Daniel Barbosa também requereu uma audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para debater o tema. O requerimento foi amplamente aprovado e a audiência deve acontecer ainda no primeiro trimestre de 2025. No evento, são esperados líderes políticos de Alagoas, representantes da Ufal e de universidades regionalizadas que passaram pelo processo de desmembramento e emancipação.
IMPACTO REGIONAL E FUTURO PROMISSOR
A emancipação do Campus Arapiraca é vista como um divisor de águas para o desenvolvimento da região do Agreste e Sertão de Alagoas. Com a autonomia administrativa, a nova universidade terá maior capacidade de atrair investimentos, ampliar o número de cursos e projetos de pesquisa, além de contribuir diretamente para a formação de profissionais que impactam o mercado local e nacional.
Para a comunidade acadêmica, a iniciativa representa mais do que uma mudança administrativa. "Esse projeto simboliza um futuro de oportunidades, em que o Agreste alagoano se consolida como um polo de educação superior de excelência", afirma Arnaldo Tenório, diretor do Campus Arapiraca.
Os campi da Universidade Federal de Alagoas possui atualmente, cerca de 20 mil alunos matriculados. Neste sábado, dia em que completa 64 anos de fundação, a universidade também abre as portas para abraçar mais de quatro mil novos integrantes, graças ao Sisu.
Os rostos orgulhosos que fazem parte dessa comunidade acadêmica estão espalhados do Litoral ao Sertão, formando mais de 1,6 mil servidores técnico-administrativos e 1,4 mil docentes, nas sedes dos quatro campi e suas unidades educacionais em Maceió, Rio Largo, Viçosa, Arapiraca, Penedo, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema.
“São 64 anos em que a nossa universidade muda a vida do povo alagoano, seja no desenvolvimento social, cultural, intelectual, seja na própria mudança familiar. A nossa universidade é forte, é sólida, e ela forma grandes profissionais e excelentes cidadãos. Estamos mostrando que é possível, mesmo frente a tantas adversidades, fazermos um trabalho belíssimo e mudarmos, mais uma vez, a história de cada um e de cada uma que um dia passou pelas carteiras da nossa universidade e que hoje lutam pela melhor qualidade de vida para a população, por equidade e por muito mais que o povo alagoano merece”, destacou a professora Eliane Cavalcanti, no exercício da Reitoria.
Para atender aos 103 cursos de graduação presenciais e EaD e os 39 cursos de pós-graduação muito trabalho é realizado diariamente, dentro e fora do campus. Por isso, em 2025 a Universidade vai homenagear quem já contribuiu com o fortalecimento do nome da Ufal. A marca de confiança da instituição também é feita de legado e de inspiração, assim, o Conselho Universitário (Consuni) já concedeu e vai entregar esse ano 11 títulos de Doutor Honoris Causa.
A honraria é dada a personalidades que se destacaram em áreas como cultura, ciência, política ou ensino. Os nomes homenageados com o título concedido pela Ufal são de Barbara Allen Pinto de Campos, Heloisa Helena Lima de Moraes, Francisca Lígia Sobral Garcia, Ana Dayse Rezende Dorea, Hermeto Pascoal, Rosângela Pereira de Lyra, Alfredo Raimundo Dacal, Amundson Portela Cavalcanti, Márcio Barbosa Callado, Abel Galindo Marques e Zezito de Araújo.