Neste segundo domingo do mês de maio (11), quando é comemorado o Dia das Mães, o 7Segundos faz uma homenagem a todas as mães recontando a história de três mães arapiraquenses. Duas dessas mães lutam diariamente por amor a seus filhos, para recuperar e manter a saúde deles, enquanto uma outra, encontra nos filhos a força que precisa para lutar contra um grave problema de saúde.
Começamos com o caso de Dona Maria Lúcia Firmino Oliveira, moradora do bairro Eldorado, em Arapiraca.
Dona Maria Lúcia enfrenta uma dura batalha contra um câncer maligno no pâncreas.
O diagnóstico foi dado em 2019, quando ela também passou por uma complexa cirurgia para a remoção do tumor e deu início a um tratamento rigoroso, incluindo mais de um ano de quimioterapia.
Em 2021, Dona Maria Lúcia recebeu a triste notícia de que a doença havia se espalhado para outras áreas do corpo, como pulmões, fígado e abdômen — caracterizando metástase.
Com o agravamento de sua condição, Maria Lúcia enfrenta desafios diários, que incluem os fortes efeitos colaterais da quimioterapia, que a deixam extremamente debilitada. Ela também passou a usar fraldas e lida com reações adversas severas aos medicamentos.
Dona Maria Lúcia em casa. Foto: cortesia ao 7Segundos

Dona Maria Lúcia se apega a Religião - Foto: cortesia ao 7Segundos
Para vencer todos esses desafios e obstáculos, Dona Maria Lúcia, que é bastante religiosa, conta também com a ajuda da única filha, Laiza, que é casada, tem dois filhos e além de cuidar da própria família, se dedica junto com o marido a ajudar a mãe na luta contra a doença, isso sem contar também com a ajuda dos vizinhos.
"É difícil porque a cada sessão de quimioterapia ela vai debilitando mais devido à reações impostas pelo tratamento e agora, apareceu uma infecção urinária que vai obrigá-la a ficar internada por pelo menos 21 dias, enfim é rezar e pedir a Deus que tudo se resolva", explicou a Laiza.
Ela contou ainda que a situação torna-se mais complicada porque os gastos são muitos, com medicamentos que Dona Maria ainda não consegue receber gratuitamente porque ainda vai completar 65 anos. Além disso, tem as despesas com a compra de fraldas.
"Estamos dependendo da ajuda, de quem olhe a publicação e possa dar alguma contribuição e agradecemos muito a ajuda das pessoas, o compartilhamento da informação, tudo é importante e vamos mantendo a esperança", explicou.
Quem puder ajudar Dona Maria Lúcia pode acessar a campanha de arrecadação na plataforma Vakinha através do contato 82991357400 (WhatsApp), onde também é possível obter mais informações sobre o caso.
Fernanda e o filho, Miguel. Foto: Giovanni Luiz/7Segundos
Fernanda e o filho, Miguel: dedicação incondicional
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A vida de Fernanda Almeida, moradora do bairro Canafístula, em Arapiraca, começou a mudar radicalmente a partir de julho de 2024 em decorrência do problema de saúde do filho, Felipe Miguel, de 6 anos, diagnosticado com Panencefalite Esclerosante Subaguda Pós-vacinal (PEES), doença degenerativa provocada pelo vírus do sarampo que pode surgir meses ou anos mais tarde e causa deterioração mental, movimentos musculares involuntários e convulsões.
Após várias idas e vindas e a realização de vários exames, Fernanda teve de se adequar e mudar sua rotina de vida para poder cuidar do filho. Ela deixou o emprego e passou a cuidar do filho integralmente em casa.
"A proporção é de um caso para cada milhão e não tem tratamento, disseram os médicos. O meu filho não teve sarampo, ele tomou as vacinas todas, mas no caso dele, pelo que eu entendi, é como se o organismo dele tivesse tido uma reação alérgica aos componentes da vacina, que é feita de vírus atenuados vivos, então pelo que me explicaram, o vírus ficou alojado no cérebro dele fazendo uma mutação, prejudicando o cérebro dele durante todos esses anos e os sintomas eclodiram agora, mas eu não culpo a vacina porque eu sei que são importantes, eu tenho uma filha mais velha e ela também tomou todas as vacinas", disse Fernanda.
Após a criança passar cinco meses internado na UTI do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, a equipe médica sugeriu uma dieta à base de um composto lácteo especial para evitar as convulsões. Porém, enquanto Miguel esteve internado em Maceió, o hospital fornecia o produto, mas após receber alta para continuar o tratamento em casa, a família teve que arcar com os custos da compra do leite, que atualmente é vendido a R$470,00 a lata com 300 gramas.
Como Felipe Miguel faz uso de três latas por semana, os custos com a compra do produto fogem do alcance do poder aquisitivo da família. Fernanda, então, recorreu à Defensoria Pública Estadual (DPE/AL) para tentar conseguir receber o leite de graça através do município de Arapiraca, mas o processo ainda segue em andamento.
Procurada pelo 7Segundos, a assessoria de comunicação da Defensoria Pública Estadual (DPE/AL) informou que o processo encontra-se em fase de cumprimento de decisão liminar com o pedido de bloqueio das contas do município de Arapiraca para custear a compra do alimento, solicitação acolhida pela justiça, mas ainda não cumprido. -
Enquanto aguarda a justiça
Fernanda informou ao 7Segundos que conseguiu comprar mais algumas unidades do leite graças a uma rifa solidária que promoveu no começo do ano para arrecadar o dinheiro.
Enquanto a decisão da justiça sobre a doação do alimento especial para o Miguel não sai, Fernanda continua segundo sua rotina diária 24 horas ao lado do filho, que também faz uso de fraldas, medicamentos e necessita de uma sonda para se alimentar devido a perda de vários movimentos do corpo. Por vários momentos, Fernanda precisa aspirar a saliva do filho para que ele não se engasgue e tenha consequências mais graves para a sua saúde.
"Ser mãe atípica me tornou forte, perseverante, corajosa, aquela que nem sempre se entrega fácil, a que luta pelos direitos do filho, mesmo não sendo fácil, o que nos torna ao mesmo tempo, frágil, chorona, que também precisa de cuidados e atenção, mas que nem sempre recebe isso das pessoas. Porém, ser mãe atípica me tornou insubstituível na vida do meu filho", disse.
Mais informações sobre o caso podem ser acessadas através dos perfis: @fernandalmeidaaaa1 / @babyymiguel3.
Leonice Barbosa, mãe do Richard, de 6 anos, também passou a viver com a missão de cuidar e proteger o filho, que aos três anos foi diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença genética rara, degenerativa e progressiva, que atinge o tecido muscular de todo corpo: esquelético, respiratório e cardíaco.
Leonice conta que tudo começou quando o filho passou a sentir fortes dores das pernas. Atualmente, Richard tem dificuldade de se levantar, de pular e subir escada. Quando a criança corre, cai com certa facilidade. As dores nas pernas permanecem constantes, disse a mãe.“Ele pode parar de correr com oito anos, ficar de cadeira de rodas aos doze e com expectativa de vida baixa, em torno dos vinte anos. Ele toma corticoide e faz fisioterapia”, explicou a mãe.
Leonice contou que em 2023, foi aprovado pelo FDA - Food and Drug Administration (agência regulatória americana que garante a segurança dos alimentos), o medicamento Elevidys (uma terapia gênica) que estaciona a doença e funciona fazendo com que o paciente receba o gene que não produz, isto é, a distrofina, que funciona de maneira semelhante ao amortecedor de um o carro, no caso, amortecendo os músculos, mas o medicamento custa 3,2 milhões de dólares, aproximadamente 17 milhões de reais. Os pais tiveram que recorrer à justiça.
“Demos entrada na justiça em abril de 2024. Não sabemos quando ele vai receber o Elevidys. A Anvisa aprovou em dezembro também de 2024 a medicação para crianças de 4 a sete anos, 11 meses e 29 dias. Quanto antes ele receber o Elevidys, melhor, porque ele perde musculatura todos os dias”, contou a mãe.

Richard e a mãe, Leonice. Foto: cortesia ao 7Segundos
Rotina
A rotina de Leonice com o filho também é diferenciada e conta com a ajuda do marido, Rubens. “Assim que Richard acorda, precisa tomar vários medicamentos, depois é preciso levar e trazer da escola, tem fisioterapias, os cuidados para não cair e moderar nos exercícios físicos e brincadeiras. A alimentação dele é balanceada e ainda tem as consultas e exames periódicos, sempre necessários”, explica.
A luta da mãe e da família é para que Richard consiga fazer uso do medicamento Elevidys para o menino poder levar uma vida normal, como qualquer outra criança, e evitar complicações que a doença causa, podendo levar ao óbito.
“Estamos na luta para conseguir o Elevidys, um remédio importado e caríssimo, pleiteado na justiça e a União fica protelando e não temos esperança de quando o nosso filho vai recebê-lo. Precisamos do engajamento de todos, para salvar nosso filho Richard: influenciadores, empresários, artistas e pessoas de bom coração na campanha: ‘Todos pelo Richard!’, destacou.
Leonice contou ainda que ela e o esposo são funcionários públicos do Estado. No momento, ela está de Licença médica para tratamento de familiar.

Richard ao lados dos pais, Rubens e Leonice. Foto: cortesia ao 7Segundos
Além dos cuidados diários com o Richard, os pais deram início nas redes sociais a uma campanha para arrecadar o valor da medicação e tratamento.
“Mesmo que a gente consiga na justiça o medicamento, ainda teremos que morar perto do local que o Richard vai receber o Elevidys por uns três meses”, explicou.
Nesta semana, os pais de Richard conseguiram a adesão do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, na campanha em favor do Richard. O prefeito Luciano Barbosa se sensibilizou com o caso e somou na mobilização para a campanha de arrecadação, junto ao seu secretariado.
“Apesar da nossa angústia de saber dos efeitos que a doença poderá trazer com o tempo, não podemos transparecer nossa tristeza para ele”, concluiu a mãe.
O Instagram da Campanha do Richard é: @SALVEMORICHARDA chave Pix é: [email protected]