E tudo, dizem alguns, não passou de uma mal-entendida fala.

Quem apostou na demissão do jornalista Jota Silva, que apresenta um programa de entretenimentos e entrevistas na Rádio Correio (91,9 FM), em Delmiro Gouveia, no Sertão de Alagoas, ouviu nesta terça-feira (17), seu retorno, após muitas dúvidas no final de semana.

Todo o imbróglio aconteceu a partir da quinta-feira (12), quando o jornalista (que também é diretor da emissora), foi comunicado pelo setor jurídico do grupo da rádio, pertencente a família Calheiros (Renans), que não deveria realizar uma entrevista com o ex-prefeito do município, Padre Eraldo (PT), que foi tornado inelegível após decisão da Justiça Eleitoral. Eraldo tentava retornar a prefeitura de Delmiro e no entender do setor jurídico da Correio, a entrevista poderia gerar processos contra a rádio.

Jota entendeu que a decisão de não fazer a entrevista, que juridicamente não infringe a Lei Eleitoral, seria uma censura e no ar, após anunciar a decisão da diretoria da emissora e afirmar que não concordava com tais ordens, falou que a partir de então se negava a fazer outras entrevistas com outros candidatos, completando que a direção geral do grupo "ficasse a vontade", encerrando o programa antes do horário normal.

Anteriormente ao fato, a Correio havia anunciado duas sabatinas. A primeira com Padre Eraldo, até então candidato, mas que diante da decisão da Justiça, Jota entendeu que deveria manter a entrevista dando a oportunidade ao político falar a seu eleitorado. A segunda sabatina seria com a prefeita e candidata a reeleição Ziane Costa (MDB), que Jota disse no ar que não tem mais nenhum interesse em fazer, pois foi "proibido" de fazer com Eraldo. 

Destaca-se que Ziane Costa e seu grupo tem o apoio incondicional dos senadores Renan Calheiros e Renan Filho, sócios da Rádio Correio.

Com cerca de dez anos na emissora, o profissional foi saudado por muitos ouvintes e políticos da região, que ao tomarem conhecimento do fato, externaram suas admirações para com ele.