Diário do Sertão

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Financeiramente, Arthur Lira investe pesado em candidatos no Sertão

20/09/2024 17h05 - Atualizado em 21/09/2024 09h09
Financeiramente, Arthur Lira investe pesado em candidatos no Sertão

Enquanto os 33.506 eleitores aptos a votarem em 6 de outubro em Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, assistem uma eleição das mais frias em pleno calor sertanejo, os três grupos (situação e oposição), que disputam o comando do município, no executivo e no legislativo, de nada podem reclamar em relação, principalmente, dos valores recebidos através do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos.

O advogado e pela quarta vez candidato a prefeito Edson Magalhães recebeu do Fundo Partidário do PP o valor de R$ 217.252,24. O candidato também teve direito a mais R$ 50 mil através do Podemos, partido o qual ele também comanda em Santana. Em comum, Progressistas e Podemos são partidos 'administrados" pelo deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal.

Edson Magalhães também recebeu R$ 10 mil em doações de simpatizantes com sua campanha.

Mas a campanha também teve gastos, se destacando R$ 86.855,65 de publicidade e materiais impressos, R$ 58 mil com advogados e R$ 35 mil de contadores.

Em segundo lugar aparece o jovem Eduardo Bulhões (MDB), sobrinho da atual prefeita Christiane Bulhões e do deputado federal Isnaldo Bulhões. Eduardo é o atual líder das pesquisas.

O candidato da situação recebeu de Fundo Partidário R$ 150.000,00, mais R$ 4.500,00 em doação. 

A campanha emedebista, até o momento, gasto R$ 100 mil com serviços advocatícios, R$ 93.363,00 com serviços terceirados e R$ 80 mil com contadores.

Já o candidato Albério Wanderley, outro político de oposição, teve direito de Fundo Partidário de seu partido, o União Brasil, R$ 97.800,00, gastando R$ 8.708,00 com a militância do partido em trabalhos de panfletagens, mais de R$ 13 mil com terceirizados e R$ 6 mil com locação de veículos.

Já no município de Maravilha, também no Sertão, onde 8.914 eleitores estão aptos a votarem, o candidato progressista a prefeito, professor Jamis Luit Santana recebeu do PP R$ 225.251,60. Destaca-se que a campanha apresenta até o momento doação no valor de R$ 57.010,00 aos candidatos a vereadores do partido, R$ 27.015,00 em publicidade, R$ 9.972,23 com combustível, R$ 4.890,00 e R$ 4.297,00 com a instalação do comitê.

Já o candidato concorrente, Antonio Jorge Rodrigues (Republicanos), apoiado pela atual prefeita e o irmão dela, o deputado estadual Antonio Albuquerque, não recebeu nenhum recurso do partido, conforme consta na página do DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Todavia, a campanha cita despesas, se destacando R$ 81.087,00 em publicidade, R$ 30 mil com contadores, R$ 25 mil com advogados e R$ 16.280,00 no item 'diversas a especificar'.

Piranhas, com 20.339 eleitores, é outro município sertanejo onde o partido de Arthur Lira investiu "pesado".

A ex-prefeita Maristela Sena (PP), que tenta retornar a prefeitura, recebeu do partido R$ 296.308,99, apresentando como principais gastos R$ 44.400,00 com contadores e R$ 5.300,00 em material de publicidade.

Seu opositor, Tiago Freitas (MDB), que disputa a reeleição e tem uma grande vantagem nas pesquisas, recebeu R$ 110.000,00 de Fundo Partidário e mais de R$ 44 mil em outras doações.

A campanha do emedebista apresenta como principais gastos R$ 42.563,20 em material de publicidade, R$ 40 mil no item "diversas a especificar" e R$ 8.875,11 de combustível.

Já em Poço das Trincheiras, onde 11.129 eleitores estão aptos a votarem, o candidato progressista Caio Rodrigues recebeu do partido R$ 159.850,76, não divulgando os gastos da campanha.

O pedetista Marcelo Melo, marido da prefeita de Santana do Ipanema, teve direito de Fundo Partidário R$ 159.850,76, apresentando como principais gastos R$ 60 mil com advogados, R$ 40 mil com contadores, R$ 22.623,50 de material de publicidade, R$ 8.400,00 no item "diversas a especificar" e R$ 7 mil em produção de vídeos.

Enquanto isto o prefeito e candidato a reeleição Valmiro Costa (MDB), que se mantém a frente das pesquisas, teve direito a R$ 100 mil de Fundo Partidário, apresentando como único gasto o valor de R$ 50.500,00, pagos por serviços contábeis.

Em São José da Tapera, com 23.599 eleitores, o prefeito e candidato a reeleição Jarbas Ricardo (MDB), também teve direito ao Fundo Partidário do PP de Arthur Lira.

Foram R$ 249.541,01 de doação, mais R$ 120.000,00 do MDB.

Com sua experiência na politica, Jarbas se aproveitou da demora, inabilidade política e segundo alguns, disputa de egos dentro do principal grupo de oposição do município, o PDT, que não soube "conquistar" uma aliança com o Progressistas.

O ex-deputado Davi Maia (PP), um dos articuladores do partido, confirmou que "tudo estava indo em direção de termos uma candidatura em Tapera. Mas, não sabemos o que houve. O pessoal chegou a ter uma conversa informal com o deputado Arthur Lira, depois se mostraram desunidos e com objetivos difusos. Na verdade, eles não apresentaram propostas de união e sim, chegaram com algumas imposições e propostas de "privilégios". Daí, vimos que não era o caminho", disse ele que confirmou a intermediação da prefeita Rosiana Beltrão (PP), para apoiar Jarbas, através de um dos vereadores do município.

Jarbas, que lidera com folga as pesquisas, apresentou como despesas até o momento R$ 116.000,00 em serviços contábeis e R$ 70 mil com advogados.

A oposição em Tapera disputa dividida com o advogado José Romário Pereira (PDT), que teve direito a R$ 30 mil de seu próprio partido e o agrônomo do Partido dos Trabalhadores, José Arnaldo, que teve direito a R$ 20 mil de Fundo Partidário.