E o anuncio nesta terça-feira (14), feito pelo prefeito Eduardo Bulhões (MDB), de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, seguido da aprovação do Projeto de Lei, pelos vereadores do município, do rateio de cerca de R$ 5 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para os profissionais efetivos da Rede Municipal de Ensino, se tornou alvo de muitas dúvidas e contestação.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal)/Núcleo de Santana do Ipanema, professora Cristina Alves, além de denunciar que os professores no município tem o pior salário do Sertão e que a categoria vem sendo vítima de uma suposta trama de falsificação, possivelmente dentro das próprias escolas onde trabalham, aproveitou para cobrar do município uma explicação do porque o pagamento do rateio do Fundeb contemplar apenas uma minoria dos servidores, o que, segundo a dirigente sindical, vai de encontro ao que determina a Lei.

"O que nos deixou um pouco preocupados foi o anuncio inicial que era só para professores, mas nós entramos em contato e já foi corrigido ... será para todos os profissionais, mas ainda não entendemos porque os profissionais, todos que trabalharam e que receberam pelos 70% não estão sendo beneficiados, porque a sobra do recurso é pra todos e na Lei só previu para um grupo de profissionais. Nós já entramos em contato com a secretária ... estamos aguardando ela retornar, questionando a ela o porque que todos os servidores ... que todos os profissionais em educação do município não foram contemplados, mas apenas uma minoria e a gente vêm sempre buscando dialogar com a gestão porque diante do cenário em que os profissionais da educação amargam o pior salário da região, sobra significa que não foi implementado o recurso ou, sobre do mínimo constitucional significa ausência de planejamento", disse a presidente do Sinteal em Santana.

A professora voltou a afirmar que os professores em Santana do Ipanema recebem o pior valor de salário da região.

"Nós ocupamos o pior salário na carreira dos profissionais aqui da região. Então, não há o que discutir sobre valorização. O que a gente sempre teve foram dificuldades em algumas escolas, inclusive, em acesso a materiais adequados para se trabalhar".

Mas a professora não parou por aí e denunciou um suposta trama de crime de falsidade ideológica praticado em escolas do município.

"O sistema que o professor preenche a caderneta, coloca falta e reprova, estava sendo adulterado por quem tinha a chave acima das deles. Então, foi repassada a denuncia ao Conselho do Fundeb e estamos esperando que o Conselho responda, inclusive registro de frequência ... registro de aula em dias de formação. E aí, nas denúncias que constavam, constavam justamente isso, professores ligando para o Sindicato questionavam o que poderia ser feito diante do fato que o aluno tinha sido reprovado, inclusive por faltas, e alguém entrou na caderneta online e colocou presença".