Diário do Sertão

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Pelo povo, vereadores de Olivença decidem que só terá sessão na Câmara duas vezes por mês

08/03/2025 11h11
Pelo povo, vereadores de Olivença decidem que só terá sessão na Câmara duas vezes por mês

Vereadores de Olivença, município do Sertão de Alagoas, tentam entrar no Guinness World Records, edição publicada anualmente, com os recordes e superlativos reconhecidos internacionalmente. Município com 10.812 habitantes e apenas 9 vereadores, os edis oliventinos aprovaram a sui generis lei que garante aos 'fiscais do povo' só trabalharem a cada 15 dias ou, só haverá duas sessões por mês. Somente dois vereadores, Wescley Vilela (Republicanos) e Ciro Duca (Republicanos) foram contra.

Destaca-se que o projeto foi de autoria do irmão do prefeito do município, o vereador 'Valzinho do Jeci' (MDB), político reeleito em 2024 com apenas 804 votos. 'Valzinho' é citado numa denúncia investigada pelo Ministério Público e Polícia Federal por ter pago aos colegas vereadores, no mandato passado, supostas propinas para que o irmão, o prefeito Josimar Dionísio (MDB), o 'Jo', não tivesse oposição na Câmara.

No Projeto, 'Valzinho do Jeci' argumentou que "os vereadores de Olivença precisam de mais tempo para estarem juntos com seu eleitorado". 'Valzinho' esteve duas vezes seguidas como presidente da Câmara e na legislação atual indicou o amigo, o vereador Ronny Afonso (PSB), o mais votado no ano passado, com 1.008 votos, para ser presidente do Legislativo até o final de 2026, quando devolverá o comando da Mesa Diretora para o irmão do prefeito, conforme a eleição antecipada realizada no começo deste ano.

Com salários de R$ 8 mil, que com os descontos, sobram R$ 6 mil, os vereadores oliventinos convivem com repasses mensais, por parte do Executivo, de R$ 165 mil. O valor é considerado por alguns vereadores 'fora de realidade', pois municípios do Sertão de Alagoas, de menor porte, repassam para seus Legislativos valores bem maiores.

Um outro projeto aprovado pela maioria dos vereadores oliventinos foi sobre as transmissões das sessões, agora, quinzenais. Por maioria, os vereadores decidiram que nenhuma das sessões será transmitida, impedindo que a população acompanhe o que é discutido pelos políticos.