Eleito com 3.824 votos na eleição de outubro passado, num total de 7.263 eleitores, o prefeito Antônio Jorge (Republicanos), o 'Nino', de Maravilha, no Sertão alagoano, aguarda o agendamento para seu primeiro encontro político com o governador Paulo Dantas (MDB).

No encontro, 'Nino', deverá pedir ao governador, entre a várias demandas para o pequeno município, a construção de uma Creche Cria, uma escola e uma ajuda para o problema da falta de água.
Mas o prefeito já sabe que os pedidos terão um 'preço'.

"Para Maravilha sorrir será necessário que Nino e seu grupo larguem o Republicanos. A sua disposição estão, prioritariamente, o MDB, em segundo plano o PSB ou no último caso, o PSD", dizem alguns próximos de Paulo Dantas.

Destaca-se que o prefeito 'Nino' foi chefe de gabinete da ex-prefeita Conceição Albuquerque, irmã de Antônio Albuquerque e é visto como um homem de 'uma só palavra' ou, poderá ser o primeiro prefeito a ganhar o que pede sem que os que deem também ganhem. Todavia, da última vez que Antônio Albuquerque confiou que um prefeito que tanto ele ajudou não lhe trocaria pelo 'cafezinho' quente e o bom papo dos inquilinos do Palácio República dos Palmares descobriu tardiamente que na política, ideologia e sinceridade, já não existem.

 Muito recentemente, 'Nino' e Antônio Albuquerque gravaram um vídeo, publicado nas redes sociais, cobrando do governador uma promessa antiga. A pavimentação asfáltica ligando Maravilha a cidade vizinha de Poço das Trincheiras.

E na última semana, em Poço, o prefeito de Maravilha esteve com Paulo Dantas, ouvindo dele que a promessa será concretizada. Seria esse o primeiro passo da troca?

Cidade pobre, com cerca de 9.700 habitantes, Maravilha se transformou em Capital Alagoana da Paleontologia, por conta da aprovação de um projeto de lei do deputado Antônio Albuquerque (Republicanos), autor do projeto. O reconhecimento veio após o paleontólogo Jorge Luiz Lopes, descobrir no município o sítio paleontológico Ovo da Ema, onde foram encontrados fósseis de animais pré-históricos que viveram há mais de 10 mil anos. Neste tempo, a cidade ganhou o Museu Paleontológico Otaviano Florentino Ritir, que recebe - de forma tímida - turistas de vários Estados do país.

Mas, Maravilha precisa de muito mais para sair do atraso cultural e político. Em pleno século 21 o município turístico não tem agência bancária e o comércio sobrevive 90% com dinheiro de programas sociais do Governo Federal (Bolsa Família e INSS).