É assustador o número de casos de violência contra a mulher no Brasil. Ainda mais gritante é o quadro no Nordeste. Enquanto no País a média é de 5, 43 óbitos para 100 mil mulheres, no Nordeste a taxa sobe para 6,9. Alagoas é o terceiro Estado com o maior índice de violência contra mulher que resulta em morte, ficando atrás somente da Bahia e do Espírito Santo.

Seja pela força física do homem ou pela própria condição psicológica da parceira, a mulher acaba sendo uma vítima fatal dos conflitos mais banais de um casal. A agressão passa de verbal a física a passos largos, resultando muitas vezes na morte... dela. O assassinato da mulher executado pelo parceiro tem até nomenclatura própria: femicídio.

Em Arapiraca, são cada vez mais comuns o assassinato de mulheres por seus parceiros. Nos últimos meses, os arapiraquenses ficaram chocados com dois casos: o da jovem Camila Canuto e o de Érica dos Santos do Carmo. Ambos muito jovens. A primeira tinha 20 e a segunda apenas 19 anos. Em ambos, o parceiro (ou ex ) é apontado como principal responsável pelo crime.

Especialistas apontam que apesar do endurecimento da lei, os femicídios permanecem em ascensão nas estatísticas porque não é uma questão jurídica, mas social. Para os estudiosos, o problema é, antes de tudo, cultural, resultado do machismo arraigado na sociedade.

Entre alguns homens, há ainda a crença de que a violência contra a mulher se justifica “porque ela fez por merecer”. A mulher merece a morte por que o homem não se conforma com uma separação? Por que não aceita a forma que ela escolheu para conduzir a sua própria vida? Por que ela não pode impor sua opinião em uma briga de casal?

Os femicídios só serão reduzidos quando houver uma maior conscientização entre os parceiros íntimos de que a mulher precisa ser respeitada, como companheira e ser humano digno de toda liberdade a que tem direito.