Em uma dessas visitas obrigatórias à ginecologista, a médica disse-me enfática: “Se na minha época, tivesse essa vacina contra o HPV, eu venderia até meus pais para poder comprá-la”. A afirmação chocou-me. No entanto, diante da proliferação dos casos de câncer de colo de útero vale a reflexão sobre a necessidade de as mulheres estarem prevenidas acerca dessa devastadora doença.

Ao lançar uma campanha de vacinação contra o HPV (ou papiloma vírus humano ), principal causador do câncer de colo de útero, o Governo Federal traz para dentro dos lares uma discussão, muitas vezes, restrita aos consultórios médicos: a orientação sexual. Visto ainda por muitas famílias como tabu, o tema deve ser encarado com seriedade e cada vez mais cedo.

O HPV pode ser transmitido para as mulheres por meio da relação sexual, mas no homem esse vírus pode ficar simplesmente invisível já que os sintomas costumam não se manifestar (em geral, aparecem verrugas em pessoas infectadas). Com a vacina, que neste momento está sendo aplicada gratuitamente em meninas de 11 a 13 anos, evita-se que o vírus seja adquirido.

Prevenir-se contra uma doença sexualmente é um privilégio para a nova geração que não deve ser deixado de lado pelos pais. Em casa, o debate sobre o assunto deve ser ampliado. A adolescente precisa e deve ser esclarecida sobre o HPV, suas futuras consequências e ainda sobre as vantagens da vacina.
 

A campanha

ara se imunizar é preciso apresentar o cartão de vacinação ou um documento de identificação. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar o esquema de proteção, sendo a segunda aplicada depois de seis meses, e a última, cinco anos após a primeira.

Em 2015, a vacina contra o HPV será oferecida para meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, para as de 9 anos.

O câncer de colo de útero tem a terceira maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.