Iran Silva

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Iran Silva

Quem manda em sua casa, você ou o Estado?

27/05/2014 10h10

Com o uso midiático da apresentadora Xuxa, entra no debate da atualidade a lei da palmada.
Enquanto muitos se voltam para o filme ‘Amor estranho amor’ da década de 1980, em que a futura rainha dos baixinhos, contracenava com um menino de 12 anos - ela então, também menor de idade- criticando que ela não deveria representar tal lei, deixamos passar algo bem maior.

E é essa a questão que quero abordar. A intervenção direta do governo, na condução da família brasileira, no que se refere à educação dos filhos pelos pais, com a aprovação desta lei.

Fica claro que o Estado, irresponsavelmente, está ditando as normas de conduta dos pais, dentro de seus lares. Essa lei, com justificativa de proteger crianças de abusos físicos e psicológicos, tira a autonomia dos pais na educação dos filhos. E que inegavelmente, trará mais malefícios que benefícios.

Com a aprovação de mais essa lei, (Já há inúmeras leis que garantem proteção contra abusos) fica evidente que o papel do Estado está totalmente desvirtuado, ao invés de promover a paz, a vida, as liberdades e garantias de propriedade, vem criar insegurança no âmbito familiar. Pois já que com uma simples palmada, o pai pode ser enquadrado nas normas da lei e ser punido.

Daí vem uma duvida: Como criar os filhos sem impor-lhes limites?
Quando o pai chega a usar da disciplina através da palmada, é porque todos os argumentos do NÃO, já foram esgotados. E aqui não estamos defendendo os maus tratos violentos e a tortura, seja de que natureza for. Pois esse tipo de comportamento extremo denota desequilíbrio dos envolvidos. E é importante mostrar à criança que ela tem limites e que existem regras que devem ser seguidas. Mas quando o NÃO! não funciona, resta aos pais a demonstração física do NÃO. E esta demonstração é exatamente a palmada, o ultimo argumento.

Se os pais não puderem mais exercer sua autoridade na educação de seus filhos, estes vão crescer acreditando que podem fazer tudo o que quiserem, e aí, no lugar de pessoas com entendimento de limites estabelecidos, estará sendo criados adultos, que não conhecerão os limites e as regras estabelecidas na sociedade. E fatalmente, será o Estado que vai impor esses limites. 

Como essas crianças conhecerão limites, se os pais estarão amedrontados com possíveis punições que terão se disciplinarem os mesmos? Estaremos criando uma geração de crianças mimadas, sem limites e denuncistas, pois serão elas mesmas que denunciarão os próprios pais, tal qual fazia a juventude hitlerista, em outros idos.


Se em publico uma criança cai no chão, provocando o maior escândalo, por querer algo, e que o pai com todos os argumentos possíveis, disse NÃO e mesmo assim não funcionou, se em dar uma palmada, ele comete um crime? Sabe qual é o crime, não proporcionar ao filho o discernimento do que é certo e do que é errado. Deixá-lo imaginando que pode tudo. Crime é o Estado interferir em como os pais devem educar seus filhos. 

Aos pais cabem como se deve educar seus filhos, e ao Estado, cabe fornecer escolas publicas de qualidade e liberdade do cidadão em escolher ente a publica e a privada.

A educação é direito primordial dos pais, e a educação secundaria, vem do direito dos pais de escolherem qual a melhor para seu filho. O Estado não pode atuar em nome dos pais.

Portanto, acho um absurdo intervencionista do Estado essa lei da palmada, agora Denominada, lei menino Bernardo. (como se o que matou a criança Bernardo, tivesse sido uma simples palmada).

Ao Estado cabe tão somente, garantir as liberdades das famílias e não, interferir nelas.
Essa é minha opinião.
“Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo”. J. Petit Senn.