José Ventura
Entre Feras
Dos programas de tv, o único que prende meus olhos á tela, é o dos animais selvagens. “A-NIMAL PLANET.” A ferocidade dos crocodilos, a astúcia das hienas, o cerco das leoas, o comodismo dos leões preguiçosos esperando que a “esposa” leoa abata a presa para seu banquete. A velocidade do guepardo alcançando a marca de 95 kms/hora atacando veados e antílopes. A forma mortal da anaconda engolir um cervo de trinta quilos ou mais. A disputa sangrenta do hipopótamo, do leão marinho, dos carneiros selvagens pela fêmea em cio. Os machos esquecem do alimento, perdem o instinto de conservação, e passam todo o tempo farejando e buscando a reprodução. Acho tudo isso fascinante no mundo desconhecido, o mundo selvagem.
Vi uma cena digna de registro vivida nesse mata e come e come e mata sangrentos, que chamaria atenção de qualquer humano sensível á vida.
Na região do Quênia uma mãe gnu pariu um filhote numa savana, sendo vistos por feras em espreita. De repente um bando de hienas investiu contra o bebê gnu, disparando uma defesa devastadora da mãe protetora do indefeso filho. As hienas não desistiam. A mãe gnu partia para um lado e para outro na tentativa desesperada de salvar o filho dos afiados dentes das hienas.
A movimentação do ataque e da defesa chamou atenção de uma leoa adulta que ao se aproximar afugentou as hienas. A mamãe gnu também fugiu. Lá adiante parou e ficou a observar o destino do filho. Sem nada poder fazer, seu instinto materno fazia bufar pelas narinas, escavar a terra com as patas, mostrando uma inquietação de desespero.
Nossa razão diferente se apiedou do bebê gnu e de sua mamãe sem força e sem coragem para reagir.
A leoa abocanhou a coluna vertebral do pequeno gnu, mas quando esperávamos o corpo sem vida e cabeça caída sendo arrastado para um banquete, a leoa solta-o ileso, lambe seu lombo, deita na relva da savana e o bebê gnu, abanando o rabinho como em brincadeira de sapecas, deita sobre a leoa que é abraçado por uma de suas patas. Passados alguns minutos, a leoa levantou, ficou parada olhando a pequena refeição, e o “pivete” gnu, saltitando a seu redor, dava-lhes trombadas numa brincadeira inocente. Algum tempinho depois, indiferente aos saltitos do gnu, a leoa o deixa a sós e desaparece na savana selvagem.
Mesmo com as pernas cambaleantes e trêmulas o jovem gnu encontrou a manada da família. Faminto, ia buscar o leite materno nas gnu fêmeas, mas era sempre rejeitado e o perseguido com chifradas. Mamãe reencontrou o filho, entregou suas mamas e seguiram o destino da vida selvagem.
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