Clau Soares
Crítica à padronização da beleza em tempos de internet
A beleza sempre foi um atributo importante ao longo da história humana. Ser belo, independente do referencial assumido, tornou-se um diferencial. No amor, no trabalho, entre amigos. Não precisamos de muito para constatar isso. Nem precisamos ser cientistas para tal. Entretanto, a beleza vai muito além do que a sociedade impõe. Mais do que um corpo, precisamos de um pouco de “alma”.
Independente do que caracterizava a beleza feminina, hoje, o modelo imposto é o da mulher magra, mas de corpo firme, muitas vezes construído entre os aparelhos de academia. Não estar neste padrão é fazer parte de um universo paralelo no qual habitam seres cuja estética não está contemplada no mundo dos “belos”. Escanteados.
A internet parece ter colocado ainda mais em evidência tal conceito de beleza, embora haja quem resista e imponha seu modo próprio de ver a vida. Exceções. Somos constantemente bombardeados por imagens de pessoas que estão em constante angústia e em um eterno trabalho de Sísifo. Evita comida, corre para academia, faz selfie mostrando a barriga sarada e posta. Todo santo dia.
Adotar um estilo de vida equilibrado, com alimentação saudável, é mais que correto, embora nem sempre significa que seu corpo estará no padrão estético em voga. Genética, hormônios, medicamentos. Tudo isso pode contribuir para que o corpo não fique dentro das medidas que nos forçam a sonhar. Foi-se o tempo que a preocupação era a saúde. Hoje, fala-se em “se olhar no espelho e se sentir satisfeito”. Ou seria buscar a aprovação alheia?
Até parece que a vida se resume a uma constante busca do corpo perfeito porque a imagem refletida é realmente a única que importa. Homens e mulheres estão até paranoicos com essa maratona. Trabalham, estudam, mas pensando na hora que poderão gastar todas as calorias consumidas durante o almoço: salada com proteína e uma colher de carboidrato.
Tornar-se um pedaço de carne rígida e magra é uma prioridade. O corpo vem primeiro, enquanto a alma está desguarnecida, desamparada. Onde encontrar tempo para cuidar do que há por dentro, se isso não sai na selfie? Como mostrar para o/a parceiro/a seus esforços?
Só há resultado se vestir tamanho 36. Pouco importa se a pessoa vai estar com saúde para ajudar nos momentos difíceis, importa ser troféu que fique bem na foto do perfil da rede social.
Sobre o blog
Jornalista, especializada em Comunicação Empresarial. Assessora de comunicação. Interessada em cultura digital, empreendedorismo e pessoas.Arquivos
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