Mozart Luna

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Mototaxistas clandestinos são acusados de estupros e assaltos

06/11/2015 08h08
Mototaxistas clandestinos são acusados de estupros e assaltos

A sessão da Câmara de Vereadores de Arapiraca desta quinta-feira (6), que contaria com a participação do presidente do Sindicato dos Mototaxistas Cadastrados da cidade, Valmir da Silva, de 49 anos, teve de ser remarcada para a próxima semana.

O responsável pela representatividade sindical iria formalizar denúncias contra ações criminosas realizadas por mototaxistas clandestinos. Segundo Valmir, o número de estupros e assaltos cometidos por mototaxistas clandestinos se transformou em um assunto de segurança pública.

O sindicato convida toda a sociedade arapiraquense, principalmente as mulheres que têm sido vítimas constantes desse tipo de crime, para se fazerem presentes na próxima sessão parlamentar.

Segundo ele, a situação está fora de controle e a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) não faz nada. Pelo contrário, vem até organizando os pontos dos clandestinos no Centro da cidade. “Nos últimos dois meses tomamos conhecimento de familiares de quatros jovens que foram vítimas de estupros cometidos por mototaxistas clandestinos, que ficam em portas das escolas e faculdades, principalmente à noite”, disse Valmir da Silva.

De acordo com ele, o número de mototaxistas clandestinos chega a 1.800. A maioria, segundo ainda ele, circula a noite, quando não existe a presença da polícia e dos agentes da SMTT, que pouco fazem para coibir os clandestinos de circularem pela cidade.

“Tem até apenado por assalto a banco, com tornozeleira eletrônica fazendo serviço de mototáxi em Arapiraca. As pessoas não conseguem distinguir o cadastrado do clandestino, porque eles estão usando coletes semelhantes aos nossos”, disse o presidente do Sindicato.

O órgão denunciou ainda que em Arapiraca existem grupos de mototaxistas clandestinos oriundos do estado de Pernambuco, que motos com placas daquele estado circulando livremente.

Informação

Valmir da Silva disse ainda que vem solicitando da prefeitura a realização de uma campanha de informação a população, para tomar cuidados ao usar o serviço de mototáxi, mas até hoje não atenderam a solicitação do sindicato. Segundo o sindicalista, o mototaxista cadastrado possui um colete especial verde, com o número do cadastro, além da moto possui os adesivos da SMTT e da prefeitura.

“Os assaltos e estupros vem ocorrendo principalmente à noite e as vitimas tem sido mulheres que saem das escolas, ou faculdades depois das e 22 horas. Os clandestinos se posicionam na porta desses estabelecimentos, na espera de pegar uma passageira e em seguida a assaltá-la ou estuprá-la”, disse ele, relatando um o caso de duas irmãs adolescentes, que foram violentadas por um mototaxista clandestino.

“Esse caso não chegou ao conhecimento da polícia porque a família não quis expor as meninas, que são menores. Elas saiam de um show a noite e pegaram um mototaxista clandestino, pensando que era um cadastrado. Durante o percurso desconfiaram da atitude do condutor em pegar um roteiro diferente.

“Ele argumentou que estava evitando a polícia porque estava transportando duas pessoas na garupa”, disse o sindicalista. “Ele as levou para debaixo da ponte, próximo ao Shopping, onde rendeu as duas com um revólver e as estuprou”, disse Valmir da Silva. “Os assaltos são constantes, relata.

Venda de concessão

Valmir da Silva denunciou também o comércio de venda de concessão do serviço. Segundo ele, a SMTT vem aceitando a passagem de cadastro de mototaxista cadastrado para uma pessoa qualquer. “Na verdade essa concessão do cadastro não passa de uma venda, que pode custar até R$ 10 mil”, disse.

“Os que vendem o cadastro não saem da atividade e passam a ser clandestinos, aguardando a proposta de aumento do número, que existe na Câmara de Vereadores, para poder pegar um novo cadastro e negociá-lo mais uma vez”, declarou.

O presidente do Sindicato disse que os mototaxistas cadastrados que vendem o cadastro serão os primeiro a serem beneficiados com o aumento do número de mototáxi, porque já possuem ficha na SMTT e também os cursos exigidos para o exercício da profissão, como direção defensiva e primeiro socorros.

“Somos contra o aumento do número de mototaxistas. O que desejamos é que haja fiscalização para evitar que assaltantes e estupradores continuem fazendo as misérias que estão cometendo”, finalizou.

SMTT

O órgão de fiscalização em Arapiraca se pronunciou através de sua assessoria de comunicação. Em nome do superintendente Ricardo Teófilo, o setor rebateu as acusações do presidente do Sindicato Valmir Silva, dizendo que o órgão faz operações de fiscalização, mas só com a presença da PM, pois muitos agentes de transito já foram agredidos fisicamente por mototaxistas clandestinos.

A assessoria rebateu, ainda, a acusação de cadastramento de pessoas com ficha criminal e disse que não tem conhecimento do comércio de venda de cadastro de mototáxis. “ As acusações são serias e ele deve procurar as autoridades policiais para formalizá-las”, recomendou o órgão.

A SMTT informou, ainda, que não foi convidada para participar da sessão da Câmara de Vereadores, na próxima terça-feira, onde o sindicalista vai formalizar as denúncias.

A assessoria do órgão informou que os cadastrados tem uma parcela de culpa, já que muitos deles chegam a dividir pontos com os clandestinos, mantendo uma convivência profissional com eles.

“As denuncias extrapolam a competência da SMTT por se tratar agora de um problema de segurança pública, mesmo assim estamos à disposição para tentar resolver essa situação, que pelo relato nos assusta”, enfatizou Lopes

Comando do 3º BPM

O Tentente Coronel Bittencourt, responsável pelo comando do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), disse já está monitorando os problemas envolvendo os mototaxistas clandestinos e que estará conversando pessoalmente com o líder sindicalista e a SMTT para montar operações de fiscalização para disciplinar os serviços em Arapiraca e garantir a segurança dos usuários.

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