O agravemento da estiagem no semiarido alagoanos poderá levar multidões de "retirantes" para os centros urbanos da região, como as cidades de Arapiraca, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia, aumentando os problemas socias que já existem, caso o governo federal não apresente um plano de atendimento de emergência .

A seca que se abate sobre a região do semiárido alagoano se agrava a cada mês, atingindo já a sobrevivência do rebanho e causando grande pressão social nos municípios da região. A falta de água para população vem sendo suprida pelos carros pipas, mas o grande problema é a falta de ração para os animais.

O preço da tonelada de bagaço de cana está custando R$ 250,00 e o da palma R$ 4 mil o hectare. A disputa é grande para conseguir comprar ração, já que criadores de Pernambuco estão inflacionando os preços.

Segundo os observadores, o preço da palma poderá subir, atingindo o valor de R$ 5 mil o hectare. Para os pequenos criadores, que têm seu rebanho para sobrevivência da família, a situação é ainda mais grave. Muitos estão tendo que vender seus animais por valores irrisórios para abate, para não vê-los morrer no campo.

Em meio a tudo isso, as perspectivas de ajuda estão muito distantes, já que tanto o governo do Estado como a União passam por dificuldades gigantescas e cortes de custos. O temor é que haja um grande êxodo para os centros urbanos e até mesmo pequenos municípios poderão perder mais da metade da população, tanto rural como urbana, que migrarão para Santana do Ipanema, Arapiraca, Maceió e São Paulo-SP.

Os programas sociais sofreram uma grande redução no número de beneficiados, o que deverá agravar ainda mais a miserabilidade no semiárido alagoano. Nos últimos 12 anos, a população da região atingida pela seca não migrou em massa para os centros urbanos graças aos programas sociais e a de distribuição de ração e água com carros pipas. Este ano, o cenário promete ser outro, com as levas de retirantes para às cidades.