Mozart Luna
Ricardo Nezinho recebe "cocar" para fazer oposição
Muitos abandonaram o navio como ratos durante o naufrágio
Quem vai comandar a resistência em Arapiraca?
A oposição em Arapiraca deu alguns suspiros de vida nos últimos dias, depois que discutimos aqui em nosso blog, a possibilidade de sepultamento de qualquer voz discordante do grupo que está hoje ocupando a prefeitura. Essa ausência da oposição teria sido conseqüência da grande surpresa que foi a eleição de Rogério Teófilo para prefeito, já que nas pesquisas figurava em terceiro lugar, atrás de Tarcizo Freire, que hoje alega que perdeu a eleição por causa de uma “tal carta anônima”, que ele pediu para investigar e até hoje não se tem nenhuma notícia.
Passados dois meses da posse o prefeito tucano ainda alega está se “inteirando da situação”, e há quem diga que ele ainda não encontrou nem a sala de despacho da prefeitura. Se auto intitulando de “transparente” - nas duas entrevistas coletivas que concedeu - o prefeito agora evita a imprensa estadual. Mesmo assim se arriscou em postar um vídeo desastroso nas redes sociais anunciando o pagamento dos salários de fevereiro antes do carnaval, fato que não se concretizou para todos servidores, criando um grande embaraço para ele.
Enquanto o prefeito tucano derrapa em muitos desencontros administrativos e trapalhadas, quem deveria estar fazendo oposição se cala. Muitos por questão de sobrevivência e outros por traição mesmo. Contudo o Palácio Floriano Peixoto exige dos aliados a formação da resistência em Arapiraca e para isso teria convocado o deputado estadual Ricardo Nezinho (PMDB), candidato derrotado a prefeito, para reorganizar a tropa de choque no ataque ao governo tucano.
O problema é que Ricardo Nezinho não tem o perfil e muito menos discurso de oposição. Sua carreira política foi sempre de conciliação e entendimento e nunca de ataque, nem de enfrentamento. Mesmo assim o governo colocou em Nezinho, o “cocar” (ornamento indígena usados pelos caciques) de líder do governo na Assembléia Legislativa, com o objetivo de lhe motivar e engrossar a voz na tribuna do parlamento estadual denunciando os problemas administrativos na capital alagoana do Agreste. Uma estratégia política que pode dar certo. Resta saber apenas, se o cocar caberá na cabeça de Nezinho.
Os poucos soldados da resistência que sobraram depois da derrota nas urnas em Arapiraca se abrigaram debaixo das asas do vice governador Luciano Barbosa (PMDB), que não vai para linha de frente, mas trabalha nos bastidores em busca de um comandante-em-chefe , no estilo do general Charles De Gulle, que na França organizou a resistência contra a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Mas quem será esse comandante-em-chefe, que assumirá o bastão da oposição, visto que muitos abandonaram o navio como ratos durante o naufrágio.
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