Paulo Marcello

Paulo Marcello

Paulo Marcello

Câmara ergue ‘muro da discriminação’ ao lado da nova sede do Legislativo

Ambulantes não terão permissão para trabalhar nas imediações e novo local gera polêmica

17/05/2018 16h04
Câmara ergue ‘muro da discriminação’ ao lado da nova sede do Legislativo
A construção de um muro, ao lado do novo prédio da Câmara Municipal de Arapiraca, no bairro Santa Edwiges, vem causando a revolta dos vendedores ambulantes que atuam nas imediações da antiga Escola de Governo. O espaço foi cedido, pela prefeitura, para a nova casa do Poder Legislativo no final de 2017 e desde então vem sendo reformado.
 
O ‘muro da discriminação’, como vem sendo chamado, vai delimitar o espaço físico externo da nova Câmara Municipal, para estacionamento (por exemplo) e os ocupantes da área, autônomos que ganham seu dinheiro de forma honesta há vários anos, serão relocados para outro ambiente, indefinido.
 
O detalhe que tem incomodado bastante os ambulantes é que o local é muito movimentado, já que fica em frente ao Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA), na Rua Jaílson Nunes e próximo ao 3º Centro de Saúde, do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), do Serviço Social do Comércio (SESC), de um prédio da Justiça Federal e de uma empresa de Call Center.
 
Um dos ambulantes, que não quer ser identificado, contou que há uma sugestão da Câmara para que eles sejam transferidos para um terreno da Escola Pontes de Miranda (CAIC) que fica por trás do CRIA. A análise imediata deste local é que tem pouca visibilidade, o que pode comprometer significativamente o comércio informal.
 
O muro começou a ser construído na última semana e caberá à prefeitura de Arapiraca relocar os ambulantes para outro espaço, ainda não informado. Alguns vendedores sugerem ir para as proximidades da Agência da Caixa Econômica, que fica ao lado do shopping, mas a maioria promete tentar dialogar com os vereadores ou com o prefeito para tentar garantir o sustento num local de maior fluxo de pessoas.
 
Alguns não entendem o fato de serem obrigados a deixar seus pontos de comércio e por isso o local foi batizado de ‘muro da discriminação’. Bem ao lado do muro fica um ponto de mototaxistas e eles não foram informados se vão permanecer ou não na área delimitada para estacionar seus veículos.