Paulo Marcello

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Prefeito alagoano diz que médico da UPA tem obrigação de atender o povo

Júlio Cezar disse que não vai permitir omissão de socorro em Palmeira dos Índios

24/05/2018 00h12
Prefeito alagoano diz que médico da UPA tem obrigação de atender o povo

Enquanto a maioria dos municípios do país vive o drama de não conseguir manter os médicos atendendo nas Unidades de Saúde, a cidade alagoana de Palmeira dos Índios, no Agreste do Estado, quer servir de exemplo e manter estes profissionais exercendo a função para a qual estão recebendo seus vencimentos em dia.

A decisão é do prefeito Júlio Cezar (PSB) que mandou um recado para os profissionais médicos que prestam serviço à secretaria municipal de Saúde por meio do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS), empresa terceirizada que é responsável pela contratação dos médicos.

“Se não querem trabalhar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira, podem ir embora”, enfatizou JC. “Estamos cumprindo a nossa parte e eles precisam cumprir a deles. Inclusive, cumprir o juramento que fizeram de salvar vidas e atender à população. Isso é omissão de socorro”, disse.

O gestor solicitou que a escala de plantão dos médicos que atuam na UPA seja ampliada de dois para três profissionais, inclusive com a permanência de um pediatra, das 7h às 19h. O prefeito fez questão de lembrar que o município cumpre rigorosamente o pagamento dos funcionários da instituição, mas exige que os médicos também cumpram o juramento que fizeram para exercer a profissão de não omitir socorro a quem necessita dos serviços de saúde.

Por sua vez, o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS) enviou uma nota técnica à prefeitura, onde afirma que não compactua com a medida adotada pelos médicos. O IPAS garantiu que a empresa apoia as decisões tomadas pelo município e que não vai cruzar os braços diante da situação. O contrato do município com o Instituto será encerrado dia 28 de junho e outra empresa assumirá a administração da Unidade.

Omissão de socorro

De acordo com Júlio Cezar, o procedimento adotado pelos médicos é omissão de socorro. Ainda segundo ele, a escala será ampliada para que haja flexibilidade dos horários, permitindo com isso mais acesso da população ao serviço de pronto atendimento. O prefeito garantiu que o contrato com o IPAS será encerrado no final de junho deste ano.

“É verdade que demos um aviso prévio e dia 28 de junho essa empresa sai de Palmeira dos Índios. Mas até lá, o atendimento à população está assegurado. E nós não vamos permitir que essa operação padrão se estenda. Por isso vim aqui conversar com a população, ver de perto o funcionamento da Unidade e vamos ampliar a escala”, garantiu.

Júlio Cezar afirmou que se a situação persistir vai entrar na Justiça com um mandado de segurança contra aqueles profissionais que estão fazendo isso com a população e cobrou para que os médicos procedam com atendimento de qualidade.

“Médico é para atender a população e atender bem, pois os médicos se formaram para isso e ganham para trabalhar. Se não querem trabalhar na UPA de Palmeira, podem ir embora, mas enquanto estiverem aqui, o atendimento tem que ser de qualidade”, exigiu o prefeito.