Bastidores
Teotonio quer atrair indústrias, mas fica em penúltimo na geração de empregos em AL
437 vagas foram fechadas no município em 2019, segundo Caged
O município de Teotonio Vilela parece pronto para dar largas passadas rumo ao desenvolvimento econômico, em vídeo promocional apresentado pelo prefeito Joãozinho Pereira (PSDB) com o objetivo de atrair indústrias para o pólo industrial governador Eduardo Campos. De acordo com o prefeito, o município concede incentivos fiscais, está a pouca distância de grandes cidades e tem um grande volume de jovens capacitados pelo Sistema S para o mercado de trabalho.
A realidade, no entanto, é bem diferente. Em 2019 foram extintas 437 vagas de trabalho, deixando o município em penúltimo lugar na geração de empregos de Alagoas, atrás apenas de Coruripe, com o fechamento de 518 vagas. A fonte é segura e está acima da influência política local. Os dados foram levantados pelo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), órgão ligado ao Ministério da Economia.
Em vídeo, Joãozinho Pereira afirma que é preciso "juntar os jovens capacitados com as indústrias" que podem se instalar na cidade. Segundo ele, o município de 44 mil habitantes tem mais de 19 mil jovens com idades de 18 a 44 anos aptos para o mercado de trabalho, e afirma ainda que, além de prefeito, tem um "lado" empresarial e por isso sabe como pensam os empresários, e ainda celebra a instalação da Amafil, empresa paranaense que produz um mix de mais de 70 produtos, enquanto mostra imagens do pólo industrial de mais de 600 mil metros quadrados, que foi inaugurado em 2018 e até hoje está praticamente vazio.
A publicidade e a política de incentivos fiscais parece não estar surtindo efeito no município de Teotonio, que até alguns anos atrás tinha como principal fonte de renda para a população uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar. O saldo negativo de 437 postos de trabalho - diferença entre contratações e demissões - pode parecer pequeno, mas acaba tendo consequências para toda a economia do município, com a redução do poder de compra e a consequente queda no comércio.
Situação de Teotonio é bem diferente do municípío vizinho, que encerrou o ano com a geração de 1.125 postos de trabalho formais, o melhor desempenho entre os municípios alagoanos.
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