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Federação partidária com PT pode criar dificuldades no PSB alagoano

Articulação nos bastidores em Brasília pode construir uma frente de esquerda entre PT, PSB e PCdoB

29/11/2021 17h05 - Atualizado em 29/11/2021 18h06
Federação partidária com PT pode criar dificuldades no PSB alagoano

A novidade política do momento, revelada pelo jornal O Globo neste fim de semana, é a possibilidade trabalhada nos bastidores por uma federação de partidos que comporte o PT, o PSB e o PCdoB, além de outras legendas, numa grande frente de esquerda – já pensando na sustentação parlamentar de um suposto governo Lula, a partir de 2023.

As federações partidárias foram incluídas na reforma eleitoral aprovada pelo congresso este ano, e consistem na junção de dois ou mais partidos sem necessidade de fusão, mas por um período mínimo de quatro anos. Esta ação impede, por exemplo, que partidos atingidos pela cláusula de barreira, como o PCdoB, percam acesso ao fundo partidário e espaços nas comissões do parlamento.

Mas como ficaria uma federação de PT, PSB e PCdoB em Alagoas? Diferentemente das coligações eleitorais, cujo objetivo é unicamente eleger parlamentares durante o período das eleições, a federação requer uma ação unificada dos partidos em nível nacional, estadual e municipal – o que significa que esses partidos, caso federados, teriam que marchar juntos nas próximas eleições.

No caso de PT e PCdoB, não mudaria muita coisa – historicamente, as legendas são alinhadas ideologicamente, inclusive foram coligadas durante muitas eleições (muita gente até confundia os políticos petistas com comunistas alagoanos, e vice-versa). Já no caso da atual direção do PSB, esse processo seria um desafio e tanto: JHC e seu partido trabalham para eleger o tucano Rodrigo Cunha ao governo do estado.

No caso de fechamento nacional por uma federação, o PSB já saberia que perderia ao menos um prefeito de capital – já que JHC dificilmente permaneceria no partido fazendo campanha para Lula e rompendo com aliados históricos que estão em campos opostos ao da esquerda estadual, como Cunha e Pedro Vilela. Este é um ônus que a direção nacional socialista deve considerar caso queira levar à frente a ideia.

É improvável ver uma chapa ano que vem com Paulão e JHC num mesmo palanque.

Mas para onde iriam JHC e seus pupilos numa ruptura com o PSB? Há outras possibilidades. Qualquer partido abriria uma brecha a um prefeito de capital, principalmente tão bem avaliado quanto o maceioense. Mas esse é uma conversa para outro texto.

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