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Eleições se aproximam, e Arapiraca terá expressiva participação nas chapas proporcionais

O Portal 7 Segundos produz um raio-X das potenciais candidaturas proporcionais de arapiraquenses

17/01/2022 07h07
Eleições se aproximam, e Arapiraca terá expressiva participação nas chapas proporcionais

As eleições vão se aproximando, e vai crescendo cada vez mais o interesse do eleitor em saber mais informações sobre o processo. Com mais uma reforma eleitoral aprovada no parlamento e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), muitas mudanças ocorrerão e o eleitor irá sentir assim que se iniciarem de fato as movimentações políticas.

As coligações partidárias, por exemplo, estão extintas. A verdadeira “sopa de letrinhas” a qual os eleitores muitas vezes tinham que decifrar não se verá mais nesse processo. Todo partido que quiser participar da eleição terá que montar uma chapa própria, sendo permitida a coligação somente no pleito majoritário (presidente e governadores), para efeito de divisão do tempo de TV e rádio.

Portanto, para se eleger deputado estadual ou federal, não basta apenas ser “bom de urna”, mas ter uma chapa também competitiva. Continua valendo para este ano o coeficiente eleitoral – a soma dos votos válidos (excluindo-se brancos, nulos e abstenções), dividida pela quantidade de vagas na Assembleia Legislativa (27) e Câmara dos Deputados (9).

Outra regra nova introduzida neste ano é que as chapas terão um número máximo de 27 participantes +1 (no caso da ALE) e nove +1 (chapas para federal). Dentro deste grupo, deve-se incluir o percentual mínimo de candidaturas femininas (30% da chapa, dez vagas para estadual e três para federal).


Arapiraca sempre representada


Postas as regras, a capital do agreste tem sempre tradição de se fazer representada na ALE e frequentemente também aparece na câmara federal. Atualmente, a cidade tem um representante de fato na câmara – Severino Pessoa (PODE) – e uma natural de Arapiraca, mas que construiu sua carreira política em Maceió – caso da deputada Tereza Nelma (PSDB).

Na ALE, são três legítimos representantes da cidade – Ricardo Nezinho (MDB), Tarcizo Freire (PP) e Breno Albuquerque (PRTB). Entretanto, a cidade é um polo onde vários representantes de outros municípios também conquistas expressivas votações.

Além de todos os parlamentares de mandato, que devem disputar a reeleição, Arapiraca contará ainda com postulantes novos, vereadores, apostas que podem ser bem-sucedidas e ainda representantes de lideranças urbanas e rurais, que foram bem votados em 2018 e entram para compor chapas fortes.

O portal 7 Segundos fez um levantamento dos principais arapiraquenses que devem disputar as eleições deste ano, considerando sua representatividade no cenário político, as conversas de bastidores e/ou ainda seus desempenhos eleitorais nos processos de 2018 e 2020. Lembrando que este é um retrato do momento, podendo o cenário mudar muito ou manter-se até julho, prazo de início das convenções partidárias.

Daniel Barbosa

O empreendedor e filho do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (MDB), é a principal aposta política arapiraquense. Será o teste de popularidade do prefeito nas eleições de 2022. Daniel vem trabalhando sua candidatura baseada na defesa do legado do pai à frente da prefeitura. Tem grande potencial de eleger-se deputado federal, principalmente de conseguir uma boa chapa, já que ainda não escolheu seu partido – está negociando com o PP de Arthur Lira, o MDB governista ou até mesmo o PT.


Severino Pessoa

Atual deputado federal em primeiro mandato, cresceu politicamente em quatro anos, e movimentou-se bem no xadrez político durante o período. Deixou o Republicanos, partido ao qual perdeu o controle político, e rapidamente acomodou-se no Podemos, partido de médio porte que deve ter Sérgio Moro como presidenciável. Deve ser candidato à reeleição, mas precisa de uma chapa que o ajude a chegar ao coeficiente médio de 160 mil votos. A visibilidade de uma candidatura presidencial deve ajudar nesse processo.


Thiago ML

O atual presidente da câmara de vereadores deve ser candidato à câmara federal. Conversa com o grupo do deputado Marcelo Victor, e deve ser candidato pelo “chapão do MV”, que possivelmente se filiará ao UB (fusão do DEM e PSL). Mantém conversas também com o prefeito de Pilar, Renato Filho (PSC), que corre por fora na disputa para o governo do estado. Vai compor chapa, e tem relativas chances na disputa.


Pastor Marcelo Oliveira

Presidente e fundador da Igreja Santa de Jesus Cristo (ISJC), o pastor Marcelo vem participando intensamente da vida política de Arapiraca. Em 2018, foi um dos líderes do grupo de deu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro em Arapiraca, mantendo-se fiel ao presidente durante este período. Vem sendo trabalhado pelos chamados “bolsonaristas raiz” para a câmara federal, com intuito de unificar a base de apoio de Bolsonaro, que se espalhou após a sua saída do PSL em 2019. Pela popularidade e grande número de fiéis em sua igreja, pode surpreender.


Ricardo Nezinho

Uma das mais conhecidas lideranças arapiraquenses, guardião da história da cidade com seu projeto Raízes, Ricardo Nezinho segue para o seu quinto mandato à ALE, e não deve ter maiores dificuldades. Obteve 43.961 votos em 2018. Atualmente no MDB, Nezinho deve desembarcar em breve na UB, para compor a chapa montada pelo deputado Marcelo Victor.


Tarcizo Freire

Atualmente no PP, está em seu segundo mandato como deputado estadual, e deve ser candidato à reeleição. Possivelmente deve integrar a UB de Marcelo Victor. Foi eleito em 2018 com 24.709 votos, a maioria deles em Arapiraca, onde exerceu mandato de vereador. Além de seu nome para a reeleição, tem um dos filhos, Túlio, como vereador em Arapiraca, e deve lançar outro filho como deputado federal.


Breno Albuquerque

Representa o legado do seu pai, o ex-deputado Dudu Albuquerque na ALE. Dudu chegou a ser candidato a prefeito de Arapiraca, apoiado pelo então governador Ronaldo Lessa. Breno lançou-se pela primeira vez na política em 2018, tendo obtido 26.355 votos e sendo eleito pelo PRTB. Nesta eleição está de malas prontas para a UB de Marcelo Victor – que deve ter de 15 a 16 deputados de mandato na chapa. Será candidato à reeleição.


Fabiana Pessoa

Fabiana é esposa do deputado federal Severino Pessoa, e foi por ele indicada como presidente do Podemos no estado. Foi vereadora e vice-prefeita de Arapiraca, tendo rompido com o então prefeito Rogério Teófilo logo no primeiro ano de mandato. Assumiu a prefeitura por quatro meses em 2020, foi candidata à reeleição, mas foi derrotada por Luciano Barbosa. Apesar da derrota, saiu fortalecida do processo, e hoje é secretária de Assistência Social do estado. Pode ser candidata a deputada estadual para fortalecer a campanha de Severino. Dependendo da composição e da chapa do Podemos, pode ter boa votação.


Sérgio do Sindicato

Vereador por Arapiraca, Sérgio obteve 3.481 votos nas eleições de 2020, sendo o quarto vereador mais votado da cidade. Segue para sua primeira eleição estadual, tendo como forte os servidores da área de saúde do município. É candidato a deputado estadual na chapa do PSDB, seu partido.


Valquiria Valentim

Valquíria é comerciante e esposa de Cícero Valentim, liderança comunitária da região da Canafístula. Cícero se popularizou vendendo e doando casas e terrenos a famílias carentes, e conta com esse eleitorado em todos os pleitos dos quais participa. Em 2018, Valquíria, então pelo PV, obteve 9.910 votos na disputa para a câmara federal. Em 22, ela ou Cícero devem novamente disputar o voto do arapiraquense.


Genivaldo da Fetag

Em 2018, Genivaldo da Fetag, então presidente licenciado da Federação dos Trabalhadores da Agricultura em Alagoas, candidatou-se à deputado estadual pelo PT, obtendo 8.211 votos, mas não se elegendo. Segundo dirigentes da legenda, deve novamente se candidatar à ALE em 2022, contando com os votos do setor da agricultura familiar em Arapiraca e região, e ajudando a chapa do PT.


Abelardo Silva

Do lado contrário a Genivaldo, o policial civil Abelardo Silva integra a frente conhecida como “bolsonarista raiz” de Arapiraca. Em 2018, ainda pelo PSL, foi candidato pela primeira vez à deputado federal, tendo obtido 8.689 votos na esteira da onda bolsonarista em todo o país. Com o grupo rachado, Abelardo tenta se organizar novamente para ser candidato – podendo ser pelo PL ou Republicanos.


Outros nomes da cidade também têm intenção ou são lembrados na formação de chapas para a eleição, como o do ex-reitor da UNEAL, professor Jairo Campos; do advogado e ex-presidente da subseção da OAB Arapiraca; e dos não-arapiraquenses que sempre obtem votação expressiva na cidade, como os deputados Jairzinho Lira e Gilvan Barros Filho, e a deputada federal Tereza Nelma, arapiraquense radicada em Maceió.

Este material não poderia ser encerrado sem uma menção à ex-prefeita e ex-deputada Célia Rocha, que já afirmou em diversas ocasiões que encerrou sua carreira política. Célia foi derrotada há quatro anos, em sua última tentativa de obter um mandato, tendo apenas 16.962 votos. Porém, como apaixonada por política e ainda adorada por parte do eleitorado arapiraquense, se convencida, pode voltar à cena.

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