Bastidores
À imprensa brasiliense, Marcelo Victor critica Arthur Lira e declara “sentimento romântico” por Lula
Entrevista do presidente da ALE-AL foi concedida a um portal do Distrito Federal

Até pelo caráter de ineditismo, a entrevista que o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB) deu ao Portal Metrópoles, do Distrito Federal, merece ter alguns pontos destacados. MV, que não é muito afeito a declarações na imprensa alagoana, abriu o coração e produziu boas frases políticas, em entrevista que durou cerca de 25 minutos.
Na capital federal durante a última semana, para fazer o lobby pela eleição tampão para o governo (que ele chamou elegantemente de “governador residual”), Victor falou bastante sobre as eleições para o governo tampão, mas outras tiradas sobre Lula e Arthur Lira, e também sobre Paulo Dantas e partidos como o PSB e o MDB valem ser replicadas, mesmo com a decisão de Gilmar Mendes sobre a continuidade do processo eleitoral já tomada.
Aliás, a declaração de Marcelo Victor sobre Arthur Lira pode servir em breve – caso o deputado ou seu grupo resolva novamente questionar a eleição na justiça. “Até que essas ações chegassem ao STF, aí a digital e o DNA do deputado Arthur Lira apareceu. Hoje nós sabemos que o deputado Arthur Lira não quer que haja eleição, nem com regra A, nem com regra B, nem com regra C”, disse.
Sobre o PSB, que propôs a suspensão da eleição junto ao PP, MV foi enfático. “O PSB, que nem candidato a governador tem, nem deputado tem, solicitou ao juízo de primeira instância que a Polícia Federal fosse fechar o parlamento. É inaceitável. Não há democracia sem o parlamento”, frisou o deputado.
Victor ressaltou a capacidade política e até pessoais de Paulo Dantas, “um ser humano de fino trato”, segundo ele. “Goza da confiança dos colegas parlamentares, que confiam nele para exercer o cargo de governador. É uma vitória dele. Paulo teve uma atuação muito forte, é o líder da maioria, lidera 26 de 27 parlamentares. É um parlamentar muito habilidoso”, afirmou.
Apesar de estar filiado ao MDB, MV declarou abertamente seu voto – e seu “sentimento romântico” ao ex-presidente Lula (PT), a quem disse que também teria votado em 2018. “A gente vota em quem o coração manda, não tem jeito. A política é feita por amor, convencimento. É paixão, ninguém vota obrigado. Eu sou Lula, meu coração é Lula. Na eleição passada eu me posicionei publicamente a favor do Lula. Tenho um sentimento todo romântico por ele também”, declarou.
“Sou neo-emedebista. Me filiei agora ao MDB, na janela, e não me sinto ainda com musculatura partidária para opinar sobre isso [candidata presidencial do MDB, a senadora Simone Tebet]”, disse MV sobre seu partido ter candidato próprio nas eleições deste ano.
O presidente da assembleia até surpreende o grande eleitorado, não pela desconhecida capacidade de produzir uma boa entrevista, mas por ter sua inteligência e oratória desconhecida pelos alagoanos. Se falasse mais à impresa local, talvez pudesse hoje estar no lugar de Dantas como postulante ao governo estadual.
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